Peso (demasiado) pesado

Ontem estreou o programa Peso Pesado Teen na Sic e fiquei chocada com o que vi. Já conhecia perfeitamente o formato do programa porque gostei de ver a outra edição em Português e acompanho as edições americanas também. 

Esta edição da Sic é diferente porque os concorrentes são adolescentes entre os 14 e os 17 penso eu. Até aqui tudo bem, o problema é quando as famílias são entrevistas. Um dos concorrentes, um miúdo com 16 anos que dizia que já tinha tentando emagrecer mas nunca conseguiu (ao mesmo tempo que mostravam o almoço dele: bifes fritos com natas e batatas fritas). A mãe do rapaz, muito desgostosa dizia que o filho nunca conseguiu emagrecer porque provavelmente estavam todos a fazer as escolhas erradas. Ela comprava aquela comida, fazia daquela forma porque sabia que o filho gostava. 

Não percebo. Não consigo perceber como é que os pais de uma criança obesa não fazem um esforço para mudar toda a alimentação e reeducar os filhos nesse sentido. 

Isto de facto fez-me pensar. Ok, podem ter problemas, a vida não é fácil mas os pais têm um papel fundamental na educação dos filhos. Estão obesos mas o que se faz para jantar? Bifes com batatas fritas regadas de maionese e ketchup e um suminho cheio de açúcar para o bucho. Mais tarde, se lhe der a fome ainda se prepara umas bolachinhas com chocolate e leite para o menino não ir de estômago vazio para a cama. O mais grave ainda é que as porcarias que os miúdos comem têm de vir de algum lado. E de onde é que vêm? Dos supermercados, das coisas que os pais compram para ter em casa: sumos, batatas fritas, bolos, bolachas, etc, etc. E porque é que compram? Porque os meninos gostam. What?? E a saúde? E a falta de auto-estima? E o gozo na escola? Isso não importa, o que realmente interesse é eles gostarem do que comem. 

Há muita coisa que tem de ser mudada. 

Vão, não se vão arrepender!

Começou ontem mais uma temporada dos Commedia à la Carte no Teatro Villaret. Para quem não conhece é simplesmente o melhor espectáculo de comédia a que já assisti, tudo improvisado e todos os espectaculoso são diferentes exactamente por isso. Não há textos, não há guiões, há simplesmente a iteração com o público que vai ditando que acontece a seguir. 
Fui ver pela primeira vez há cerca de 4 anos e tenho ido todos os anos sem excepção. A primeira vez que fui estava um pouco reticente porque não conhecia a dinâmica da coisa e ia sem qualquer expectativa. Uma amiga minha falou-me deles e eu decidi ir ver como era. 
Basicamente, foi rir do inicio ao fim. A capacidade de improviso do César Morão, do Carlos Cunha e do Ricardo Peres é simplesmente genial! Brincam com as palavras como ninguém e em momento algum nos apercebemos que perderam o fio à meada ou que não se perceberam.
Da primeira vez que fui, eles chamaram um grupo de 5 ou 6 pessoas que tinham chegado atrasas para irem ao palco explicar ao público o porquê de terem chegado tarde. Claro que tudo o que eles disseram serviu para piada durante todo o tempo do espectáculo. 
O ano passado só fui porque ganhei os bilhetes. E como? Sem fazer nada. Sim, apenas publicidade. Curiosos? Então, foi muito simples. Tinha comentado com um primo meu que queria muito ir outra vez ver os Commedia a la Carte e que tinha adorado, blablabla. Ficou marcado então irmos ver os dois com uns amigos nossos mas depois acabei por não poder ir. O meu primo foi na mesma e o César Mourão, durante o espectáculo, chamou-o ao palco para contar uma história e perguntou-lhe porque é que ele tinha ido. O meu primo respondeu que tinha sido a prima dele a falar muito bem deles e que era uma grande fã deles e vai daí o César Mourão pediu à produção para reservarem dois bilhetes para "a prima". 
E lá fui eu, toda contente. Ainda a pensar que ia ser nesse dia que ia conhecer pessoalmente o César Mourão, mas não, ainda não aconteceu. 
Este ano não vou conseguir ir porque valores mais altos se levantam mas espero conseguir ir no próximo ano.