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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Adeus maminha!

Quando o Kiko nasceu tive muita dificuldade em amamentar. Ele era muito pequenino, só queria dormir e não tinha força suficiente para segurar a maminha. Pensei que não ia conseguir e que provavelmente teria de abandonar a ideia de amamentar até ele ser grandinho. As coisas lá se foram compondo e o Kiko aprendeu que mamar até era bom. Mamou em exclusivo até aos 4 meses mas, a partir daí, e de acordo com a pediatra, começámos a introduzir as sopinhas. Foi tudo pensado e ponderado porque o meu maior receio era que quando voltasse ao trabalho o Kiko tivesse dificuldade em aceitar mais uma mudança. Então, aos poucos, fomos começando a dar umas sopinhas em puré e adivinhem... Adorou!

Após 6 meses (5 de licença e um de férias) voltei ao trabalho e por isso o Kiko só mamava duas ou três vezes por dia (uma de manhã, uma ao final do dia e outra a meio da noite). Por incrível que pareça, começou a rejeitar a mama. Não mamava nada, olhava para todos os lados e parecia não conseguir concentrar-se na tarefa. Percebi que a maminha já não o saciava pois mamava e passado pouco tempo estava com fome. Falei com a pediatra e começámos então a dar-lhe leite artificial. 

A amamentação ensinou-me muito, acreditem. Foi bastante difícil no inicio mas fez-me acreditar que sou muito mais forte do que pensava, aprendi a seguir os meus instintos, aprendi que mesmo ouvindo sistematicamente frases de negativismo máximo, consegui calar toda a gente e superei todos os meus dramas existenciais. 

Fiquei triste quando percebi que tinha de deixar de amamentar, porque senti que tinha perdido o “nosso momento” e que a partir dali qualquer pessoa podia substitui-me na altura das refeições. São momentos únicos, indescritíveis onde se sente que o nosso amor não tem limites. 




Bia. 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Não me cansem a beleza!!

É incrível como toda a gente tem uma opinião (sempre contrária, obivamente) sobre tudo e mais alguma coisa. Descobri que ter filhos é muito mais difícil do que pensava e não é porque o bebé dá (e muito) trabalho mas porque as pessoas CANSAM-ME a beleza. Se eu digo que faço assim, ouço logo alguém dizer que devia fazer assado. Parem de me cansar, parem de dizer que faço sempre tudo mal ou, delicadamente, que não faço tudo certo. 
Eu sei que não faço tudo certo, estou a aprender, nunca fui mãe e por isso quero aprender com os meus erros e, acreditem, há um instinto a funcionar 24 horas por dia e nem sabem... ele funciona mesmo!

Agora o meu bebecas está na fase de querer comer coisas em pedaços maiores, roer pão, trincar fruta e legumes. Sei que é altura de ir alterando um bocadinho a consistência da sopa mas estava a tentar fazer essa alteração aos poucos. Há uns dias disseram-me que o Kiko já não comia bem a sopinha porque era sempre igual. "Tens é de passar menos a sopa, ele tem de comer bocados maiores se não fica com problemas na fala. Ah e está na altura de ele começar a comer peixe". Claro, claro que sim, tem toda a razão. Que mãe péssima, estou a fazer tudo mal. E se o meu bebeca fica com problemas na fala por minha causa? Que parva, sou mesmo desinformada, vou já fazer uma sopa nova, mal passada e com peixe. - Pensei. 
Fiz a sopa, com legumes diferentes, mal passada e introduzi o peixe, pensando que estava a fazer a coisa "certa".
À hora de jantar dei a sopa nova ao Kiko e adivinhem o que aconteceu? Não comeu nada!! E porquê? Porque fui na conversa, fiz o que estava, à partida, "certo" e o miúdo não gostou. Claro que não gostou. Dei-lhe uma coisa completamente diferente do que estava habituado. Fiquei para morrer. Culpei-me ainda mais... Mas porque é que eu simplesmente não segui os meus instintos, porque é que fui na conversa e ainda me culpei por querer fazer as coisas da maneira que eu achava mais correto? 
Correu mal, correu muito mal e por isso a partir de agora vou ouvir, dizer que sim a tudo e sabem o que vou fazer? Nada. Vou fazer o que o coração me disser. 

A maternidade é uma aprendizagem constante, um desafio aos nossos limites, à nossa paciência, tolerância. Os filhos são o melhor do mundo e acreditem que seguir o nosso instinto é o melhor que podemos fazer, custe a quem custar. 




Bia.