Quando o
Kiko nasceu tive muita dificuldade em amamentar. Ele era muito pequenino, só
queria dormir e não tinha força suficiente para segurar a maminha. Pensei que
não ia conseguir e que provavelmente teria de abandonar a ideia de amamentar
até ele ser grandinho. As coisas lá se foram compondo e o Kiko aprendeu que
mamar até era bom. Mamou em exclusivo até aos 4 meses mas, a partir daí, e de
acordo com a pediatra, começámos a introduzir as sopinhas. Foi tudo pensado e
ponderado porque o meu maior receio era que quando voltasse ao trabalho o Kiko
tivesse dificuldade em aceitar mais uma mudança. Então, aos poucos, fomos
começando a dar umas sopinhas em puré e adivinhem... Adorou!
Após
6 meses (5 de licença e um de férias) voltei ao trabalho e por isso o Kiko só
mamava duas ou três vezes por dia (uma de manhã, uma ao final do dia e outra a
meio da noite). Por incrível que pareça, começou a rejeitar a mama. Não mamava
nada, olhava para todos os lados e parecia não conseguir concentrar-se na
tarefa. Percebi que a maminha já não o saciava pois mamava e passado pouco
tempo estava com fome. Falei com a pediatra e começámos então a dar-lhe leite
artificial.
A
amamentação ensinou-me muito, acreditem. Foi bastante difícil no inicio mas
fez-me acreditar que sou muito mais forte do que pensava, aprendi a seguir os
meus instintos, aprendi que mesmo ouvindo sistematicamente frases de
negativismo máximo, consegui calar toda a gente e superei todos os meus dramas existenciais.
Fiquei
triste quando percebi que tinha de deixar de amamentar, porque senti que tinha
perdido o “nosso momento” e que a partir dali qualquer pessoa podia substitui-me
na altura das refeições. São momentos únicos, indescritíveis onde se sente
que o nosso amor não tem limites.
Bia.