Estou cansada, exausta, de rastos. Ser mãe é das tarefas mais exigentes e extenuantes que existe. É toda uma organização, falta de sono e coordenação. É ter de ir trabalhar todos os dias sem ter descansado o suficiente, é ter de enfrentar horas loucas de trânsito com o bebé la atrás a chorar, é ter de chegar a casa e haver um segundo trabalho: fazer o jantar, pôr a roupa a lavar, preparar o jantar ( o nosso e o do bebé), é dar banho, é comer à pressa para no dia seguinte tudo se repetir novamente.
Uma vénias às mães solteiras, aos pais sem ajuda da família e a todos com filhos pequenos.
É de facto a loucura. E é ainda mais a loucura quando se vive em Lisboa e tem de se atravessar a cidade TODOS OS DIAS à hora de ponta DUAS VEZES por dia. Sim, de manhã e à tarde. Que desgaste, que canseira. Tenho vontade de abandonar (como dizia o outro), sair desta cidade, ir viver para o campo, para a praia, para uma ilha deserta. Era só ir. Ir para algum lado sem trânsito, sem confusão, sem barulho.
Mas depois volto à realidade, olho para o espelho e vejo aquele pirralhinho a rir-se para mim e passa tudo. Já não estou cansada, já não há trânsito, somos só nós. Relembro o dia em que ele nasceu, os primeiros dias de ronha, o sorriso dele e a mãozinha a agarrar a minha mal acabou de nascer. Que canseira tão boa, que desgaste tão gratificante.
Penso sempre e repito várias vezes... "É só uma fase, é só uma fase". Mas posso estar cansada, não posso?
Bia.
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