Sempre soube que queria amamentar o meu bebé, aliás nunca pensei noutra alternativa e sempre que me perguntavam na Maternidade se eu ia querer amamentar, achava a pergunta um pouco estranha. Não me fazia grande sentido não o fazer e nem era pelos inúmero benefícios que traz quer para o bebé, quer para a mãe (também era, claro) mas achava que amamentar era natural.
No curso de preparação para o parto sempre nos incentivaram a amamentar e de preferência fazê-lo na primeira hora de vida do bebé, caso isso fosse possível. No meu caso foi e quer eu quer a enfermeira batalhámos bastante para que isso acontecesse. Já vos contei que o meu bebé nasceu um ratinho, com 2,075kg e mal sabia respirar, quanto mais fazer força para se alimentar ou abrir os olhos. A boca era minúscula, a respiração irregular e foi muito difícil fazer a primeira pega. A enfermeira (sinceramente não me recordo o nome mas lembro-me dela todos os dias) esteve quase uma hora comigo e com o bebé para que ele conseguisse mamar nem que fossem uns segundos. Lá conseguimos mas aquelas primeiras horas, primeiros dias, foram bastante difíceis para mim. Foram dias de frustração e de cansaço extremo porque simplesmente aquele ser frágil e minúsculo adormecia mal conseguia pegar na mama. Era uma luta constante para que conseguisse mamar 5 minutos seguidos.
Na Maternidade tive sempre muito, muito apoio. Todas as enfermeiras se mostraram disponíveis para me ajudarem e inclusivamente pediam-me para as chamar quando fosse amamentar. Umas queridas, mesmo! Já soube de histórias de outras maternidades em que nada fizeram para que o bebé mamasse, um horror! Mas nisso fomos uns sortudos!
Os primeiros dias foram passando e ele continuava um ratinho, sem força, só dormia e parecia nem ter fome, tinha de o "obrigar" a mamar. Experimentei todas as posições para a pega ser mais fácil mas nada resultava a 100%, até que, numa das consultas de prematuros na maternidade, a conselheira de amamentação falou comigo e aconselhou-me duas coisas: uma bomba de extracção de leite e um mamilo de silicone. Nessa fase sentia-me frustrada e pensava que não ia conseguir amamentar mas a conselheira de amamentação conversou comigo e disse-me que de facto era difícil mas para nunca desistir. Deu-me o contacto dela e qualquer dúvida, qualquer coisa que precisasse estaria sempre disponível (Enfermeira Isabel, não me vou esquecer).
Depois dessa conversa, saí da maternidade com outro ânimo e com força e coragem para continuar a insistir e a fazer aquilo que estava a fazer até àquele momento, afinal de contas o bebé estava a recuperar bem o seu peso. O pior foram as pessoas, sim aquelas visitas que só sabem dizer mal e "deitar abaixo". Aquando das visitas a minha casa, ouvi muita gente dizer: "oh se ele tem assim tantas dificuldades para mamar, não vais conseguir amamentar muito tempo", " se calhar o teu leite não é suficiente, é melhor dares-lhe o suplemento", "tenta assim, tenta assado"... E tantas coisas que eu ouvi mas decidi seguir o meu instinto e acreditar que íamos ser capazes e acreditem que valeu muito a pena. Hoje, com 6 meses, o meu pequeno ainda mama, só à noite porque felizmente ou infelizmente já estou a trabalhar, mas sinto muito orgulho neste trabalho de equipa que resultou lindamente.
Queridas mamãs ou futuras mamãs nunca desistam e não ouçam o "barulho de fundo", ouçam apenas o vosso coração.
Bia.
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