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terça-feira, 1 de agosto de 2017

O fim da licença

Hoje acaba a minha licença de maternidade. Amanhã tenho de regressar ao trabalho e iniciar uma nova rotina. A verdade é que a minha vida mudou radicalmente há seis meses mas até agora era só eu e o bebé. Tudo girava à sua volta: fraldas, maminha, banho, sonecas, brincar, mimar e simplesmente observar. 

Estes seis meses passaram literalmente a voar, não dei pelo tempo passar e agora, quando dou por mim, já tenho de regressar ao trabalho. Tudo me passa pela cabeça: vou-me despedir, vou ser mãe a tempo inteiro, vou mudar de cidade, vou levá-lo para uma ilha deserta para sermos sempre só nós os dois (ou nós os três, neste caso, incluindo obviamente o meu homem). Mas depois volto ao lado racional e sei que tenho mesmo de passar por isto. Vai-me custar horrores, aliás, já me custa desde que ele nasceu porque andava a ver o tempo a passar demasiado rápido e imaginava que este dia ia chegar mais depressa do que eu gostaria. Enfim, estes meses foram maravilhosos, acho que aproveitei o meu bebé cada segundo, dei-lhe colinho sempre que precisava, apertei aquelas bochechas vezes sem fim e estou tranquila em relação a isso, o meu bebé teve o máximo de miminho que podia ter tido. 


Todos os dias foram maravilhosos? Claro que não. Houve dias de frustração, de incapacidade, de desespero e acreditem que as pessoas de fora nem sempre ajudam. Mas é nesta altura que nos tornamos mais fortes, mais guerreiras e fazemos de tudo para proteger o nosso bebé. Quando o Kikinho nasceu, mal sabia respirar, não conseguia mamar e adormecia assim que se encostava ao meu peito. Foram dias difíceis e senti que não ia ser capaz de amamentá-lo porque simplesmente ele não tinha força. Muitas vezes ouvi: "o teu leite vai secar num instante", "tens de lhe dar suplemento porque provavelmente o teu leite não é suficiente", "oh de certeza que daqui a um mês o suplemento vai transformar-se no leite diário e vais deixar de conseguir amamentar." Obrigadinha a todas (sim, a todas no feminino porque os homens não percebem nada disto) mas querem saber? Só dei suplemento nos primeiros dias e aos seis meses ainda amamento o meu Kiko. Temos de ser fortes, mesmo. Lutar com as forças que às vezes nos falham e nos empurram para baixo quando o que nós queremos é dar o melhor aos nossos filhos. Nesta questão da amamentação, só consegui superar estes receios e estas inseguranças porque na maternidade nunca me deixaram desistir e as enfermeiras estavam sempre presentes na hora de amamentação para me ajudar e porque tive uma consulta com uma conselheira de amamentação que me deixou super tranquila. Deu-me o número de telefone dela e qualquer coisa que precisasse podia ligar à hora que fosse. Nada disto tem preço, nada disto se pode agradecer com palavras, nada disto será esquecido do meu coração. 

Estes seis meses ensinaram-me a amar. A amar de verdade. A sentir um amor tão profundo que quase me rebenta o coração. Ensinaram-me a nunca desistir e a seguir o meu instinto. 
Sei que provavelmente não fiz tudo certo mas também sei que não há certos nem errados. O que funciona para um bebe pode não funcionar com outro. Todos somos diferentes e eu sinto que dei o meu melhor, o meu bebé é saudável, é amoroso e sei que é um bebé feliz. 
Agora vou só chorar o resto do dia, apertar o meu Kiko até à exaustão e rezar a todos os santinhos para me ajudem nesta nova fase. 

Para as novas mamãs, aproveitem bem estes momentos, são únicos e não voltam atrás. 





Bia. 

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