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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Superei o meu trauma

Já vos tinha dito que odiava agulhas, não já? Aliás, quando engravidei o que mais me assustava não era o parto em si mas sim o número de vezes que tinha de fazer análises ao sangue.
Eu morria de medo, não dormia na noite antes de ir ao laboratório e quando lá estava toda eu tremia, suava e rezava para não desmaiar (sim, aconteceu algumas vezes).

Nas primeiras análises que fiz (antes de engravidar e as outras duas seguintes) tive de pedir companhia ora à minha mãe (oh meu Deus que vergonha, tenho 30 anos e a minha mãe ainda vai comigo fazer análises!!) ora ao meu homem. Uma vergonha total, mas enfim a coisa podia correr mal e assim tinha alguém ali ao lado que me socorresse caso fosse desta para melhor (nunca equacionando a hipótese de que estava ou num hospital ou numa clínica e o que não devia faltar era gente habilitada para me socorrer). Mas atenção senhores leitores, que devem ser para lá de milhares, isto era passado porque agora não tenho medo!! E porquê? Perguntam vocês. Como conseguiste superar tal trauma? Muito simples, consegui ultrapassar este meu medo de infância fazendo o pior teste / exame / análise que já fiz na vida: teste da glicémia, ou numa linguagem mais técnica - prova de tolerância oral à glicose, que é assim das piores coisinhas que tive de fazer na vida. Passo então a explicar como o teste é feito: 1) vai-se em jejum (tal como nas análises normais ao sangue) e pimbas, leva-se logo uma pica e recolhem uma amostra de sangue; 2) bebe-se um líquido NOJENTO, uma espécie de xarope super doce e não pode ser bebido a saborear, tem de ser bebido rapidamente e até ao fim; 3) passado uma hora mais uma picada; 4) passado mais uma hora outra picada. Ou seja, no mesmo dia, no espaço de 2 horas fui picada 3 vezes. E atenção que durante este tempo não se pode comer nem beber nada. Quem for fraquinha e vomitar aquela coisa HORRÍVEL tem de voltar noutro dia e repetir o exame. Digo-vos já que é bem difícil não vomitar porque o liquido é mesmo muito enjoativo. 

Imaginam o meu pânico quando soube que tinha de fazer este teste? Quase morri e pedi obviamente ao meu homem para ir comigo mas.... MUITA ATENÇÃO!... Ele não pôde entrar comigo. Oh meu Deus, imaginei-me a morrer ali no laboratório da maternidade, sem forças para me levantar. Mas não!! Nada disso aconteceu! Enchi-me de coragem e fui sozinha, sem olhar para o braço e a mostrar à senhora enfermeira (acho que era enfermeira, não tenho a certeza) que era mesmo muito corajosa e aquilo para mim era piners como diz o outro. 

E para que servem estas análises? Basicamente para verificar se a grávida tem ou não diabetes gestacional - que é um tipo de diabetes que pode aparecer durante a gravidez mas que por norma desaparece após o nascimento do bebe. Esta doença afeta a forma como as células utilizam a glicose (açúcar) e provoca níveis elevados desta substância no sangue o que pode comprometer a gravidez e consequentemente o bebe. 

A partir dessa terapia de choque comecei a ir fazer análises sozinha. Mais..! No dia do parto levei um cateter no braço, uma coisa gigante que nunca antes tinha visto e nem pestanejei! 

Sou uma valente (ou então não). 



Bia.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Vai nascer um ratinho

Bem, no meio deste stress todo, consultas, ecografias, nutrição, repouso, já estava no final do ano e eis que chega o Natal. Na última consulta de nutrição antes do Natal e do fim de ano, a Drª Luísa (Nutricionista) disse-me para comer tudo o quisesse, sem restrições e não esquecer a água todos os dias, era essencial para que o sangue corresse de forma mais fluída. Nessa altura, a maior preocupação era o peso do bebe que, aparentemente a dois meses de nascer, ainda só pesava 1kg. 

A ultima ecografia de 2016 foi feita pelo Dr. Bruno Carrilho (ah, como tinha saudades deste senhor!). Mostrou que estava tudo bem com o bebe e que continuava a crescer ao seu ritmo... lento, muito lento mas dentro da curva de evolução. Nessa altura o bebe estava a engordar cerca de 100 a 200 gramas por semana o que era de facto muito pouco. 
Nesta consulta o Dr. Bruno explicou-me que o bebe iria ser prematuro e não iria alem das 38 semanas. Caso não nascesse de forma natural teriam de provocar o parto (P-Â-N-I-C-O!!).  Ou seja, as 40 semanas seriam no final de Fevereiro (estava previsto para dia 28) e por isso sabia que provavelmente o bebe iria nascer a meio do mês. Já estava quase quase e ainda tinha um montão de coisas para preparar. 
Agora a minha maior preocupação era a ideia de imaginar um bebe que iria nascer prematuro. Assustava-me sem dúvida porque com o baixo peso que tinha podia levar a uma série de complicações. Mais uma vez fui procurar tudo o que havia para ler sobre o assunto e a informação que encontrava não era muito animadora: dificuldades de respiração que podia levar à necessidade de ventilação, dificuldade de sucção que comprometia a sua alimentação, baixos mecanismos de regulação da temperatura corporal, enfim... tudo coisas boas portanto. Face a isto sempre imaginei o meu bebe a nascer e a ser logo transportado para a incubadora, com mil médicos ao pé e todo um pânico a passar-se à minha frente mas felizmente nada disto aconteceu e irei contar-vos mais à frente tudo em pormenor. 

Tendo em conta este cenário comecei a procurar cursos de preparação para o parto. E porque é que é tão importante frequentar estes cursos? Eu sinceramente tinha uma ideia de como se cuidava de um bebe. Sabia mudar a fralda, dar banho, pegar ao colo, essas coisas básicas mas não fazia a mínima ideia de como me preparar para o grande momento. Falavam-me muito da respiração, do controlo da ansiedade mas sentia-me completamente perdida, sem nenhuma noção de como seria a minha vida no dia em que o bebe quisesse vir ao mundo. Quando devia ir para a maternidade? O que eram afinal as contrações? O que acontecia ao meu corpo depois do parto? Todo um mundo de questões que não sabia responder e isso causava-me ainda mais ansiedade. Não tinha outra opção se não procurar cursos rapidamente. Assim, em primeiro lugar liguei para a maternidade mas como já estava muito no fim do tempo não havia vagas disponíveis e então tive de procurar em clínicas privadas que algumas amigas me aconselharam. Liguei para todas as que me indicaram mas escolhi o Centro Pré e Pós Parto que para além de ter cursos intensivos (despachava a coisa em duas semanas), ofereciam uma série de workshops, ginástica pré-parto (que eu infelizmente não pude fazer), tinham uma linha de apoio 24 horas e uma equipa gigante de enfermeiros, psicólogos, médicos que podiam ajudar em qualquer duvida, questão, problema que surgisse. Digo-vos já que foi a melhor opção que podia ter tomado e irei contar-vos como correu mais à frente. 



Bia.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Olha a publicidade grátis #4

Hoje venho falar-vos de uma marca que eu A-D-O-R-O.  Descobri-a por acaso enquanto passeava pelo Facebook (durante os dias em que estava de papo para o ar sem nada que pudesse fazer) e fiquei apaixonada. Chama-se Gloop e tem artigos LINDOS para os vossos bebes. 

Comecei por comprar apenas umas fraldas e o protector do muda fraldas e neste momento já quase tudo é Gloop cá em casa: fraldas, capa do ovinho, protector do ovinho, porta-documentos, porta-chuchas... enfim! Não dá para resistir. A qualidade dos materiais é óptima, os padrões são lindos de morrer e parece que tudo fica mais cutxi cutxi.

Comprei tudo online porque como não podia sair muito de casa enquanto estava de baixa (excepto para as consultas e exames), perdi a cabeça com este site. A entrega das encomendas foi super rápida e vinha tudo embrulhado de forma muito fofinha. Para além disso podemos ir acompanhando o estado da encomenda e assim garantimos que estamos em casa quando tudo chegar. Recomendo e cada vez que entro no site apetece-me comprar tudo. 

Deixo-vos algumas imagens daquilo de comprei. Podem também ver tudo mais ao detalhe no site da GLOOP




Colchão Muda Fraldas com Capa Estrelas
Muda-fraldas LINDO!! 

Forra para Ovo Estrelas

Forra do ovinho. Eu optei por usar apenas a protecção e não todo o conjunto. 

Protetor para Ovo Elefantes

Protector para o ovinho. Dá imenso jeito quer nos dias mais frios quer nos dias de grande calor, protege imenso do sol, do vendo e o tecido é respirável, 100% algodão. 

Ninho Nuvens Azuis
Adoro este ninho. Especialmente para bebes pequeninos, ficam mais aconchegados e quentinhos. Ainda usamos, apesar de estar quase quase a deixar de servir. 





Fralda Nuvens Azuis


Fralda Gloop Corações

As fraldas são todas LINDAS!! Tenho imensas e adoro. Estas foram as primeiras a vir cá para casa. 





Meninas, deliciem-se no site da Gloop como eu e, se puderem sair de casa, também podem encontrar estes produtos nos pontos de venda Gloop.


Bia. 

terça-feira, 23 de maio de 2017

O virar da página

E eis que começou uma nova fase da minha gravidez. A partir do dia 21 de Novembro fiquei de baixa, com indicações médicas para que me mantivesse o máximo de tempo possível em repouso e evitar a todo o custo situações de stress e ansiedade. Situação não muito bem aceite no trabalho mas há alturas na vida em que temos de pensar mais em nós. Infelizmente tive de ser egoísta e pensar na minha saúde e especialmente no bem-estar do bebe que vinha a caminho. Além disso, tal como já vos tinha dito, a Drª Natacha tinha-me encaminhado para as consultas de nutrição para ver o que podia ser feito para o bebe ganhar um pouco mais de peso, a trabalhar era quase impossível seguir um plano alimentar correctamente e estar longe do stress.

Dois dias depois de iniciar a minha baixa, lá fui eu à primeira consulta de nutrição com a Drª Luísa. Se me perguntarem se gostei dela logo no primeiro dia, confesso que não. É uma pessoa simpática q.b., não é de muitos sorrisos mas é sem dúvida uma excelente profissional. 

Cheguei à consulta sem saber muito bem o que dizer, sabia que comia bem, descansava bem e por isso não fazia ideia do que poderia alterar na minha alimentação para inverter a situação. A Drª Luísa pesou-me, viu todos os meus exames, análises, ecografias e fez um relatório de tudo o que eu comia durante o dia. Como até há dois dias atrás estava a trabalhar, os horários das minhas refeições não eram os melhores e muitas vezes tinha de saltar o lanche da tarde porque no meio de reuniões, entrevistas e telefonemas alguma coisa tinha de ficar para trás. Estabelecemos então um plano alimentar de quase "enfarta brutos". Para o meu bem e do meu bebe teria de começar a comer de duas em duas horas (tinha de comer também durante a noite, se acordasse - nunca consegui, confesso), beber no mínimo dois litros de água por dia, comer sopa em todas as refeições e, segundo a Drª Luísa, podia comer tudo o que me apetecesse, quanto mais calorias melhor. Para além disto tudo iria tomar um suplemento alimentar para enriquecimento calórico - FANTOMALT - que iria ajudar a ingerir ainda mais calorias. Comecei com 6 colheres por dia e acabei a tomar 16!! Isto pode-vos parecer estranho mas a verdade é que, ao estar a comer com intervalos reduzidos, o bebe estaria sempre a receber nutrientes.  Fez-me bastante sentido. Ficou combinado que iria às consultas de duas em duas semanas após as ecografias para ajustar, caso fosse necessário, todo o plano. 

Com isto tudo já estava no final do mês de Novembro e uma vez que sabia que o bebe iria nascer prematuro tinha de começar a pensar e a organizar uma série de coisas:

- Curso de preparação para o parto;
- Mala da maternidade;
- Comprar as roupinhas necessárias para os primeiros dias do bebe;
- Agendar a visita à maternidade;
- Comprar o ovinho e o carrinho de transporte do bebe. 

Tinha muito com que me entreter agora que estava em casa de "molho". 


Bia.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Afinal há esperança

E finalmente às 24 semanas pude respirar um bocadinho. Os resultados da amniocentese indicavam que estava tudo bem com o bebe, no entanto faltava perceber porque é que não estava a crescer como devia. Todos os valores se mantinham muito baixos e o gráfico de crescimento mostrava uma evolução mais lenta do que seria de esperar, o meu bebe estava no percentil 3.8.  Tinha muito medo que nascesse um ratinho, antes do tempo e que algo corresse mal mas o Dr. Álvaro e a sua equipa, mais uma vez, foram o meu grande apoio, dando-me sempre muita força e coragem para ir lidando com a situação. 

Estávamos então em Novembro e fui fazer mais uma ecografia à maternidade (tinha ficado estipulado que como havia a restrição de crescimento fetal eu teria de ser acompanhada de perto e fazer ecografias de 2 em 2 semanas). Tudo normal com  o bebé, o edema tinha desaparecido por completo e o Dr. Álvaro chamou-me a atenção para a vitalidade do bebe, basicamente não parva quieto um segundo e foi difícil verificar tudo ao pormenor à primeira. A ecografia correu lindamente e o Dr. Álvaro descobriu a pólvora - o bebe não estava a crescer porque as minhas artérias uterinas estavam  com resistência aumentada. E o que é que isso queria dizer? Basicamente estavam "fechadas", ou seja, a quantidade de nutrientes que deveriam alimentar o bebe estavam a chegar em quantidades muito, muito reduzidas. Nestes casos, a gravidez tem de ser seguida muito de perto porque pode levar a um parto prematuro e, tal como estava a acontecer comigo,  o bebe não se desenvolve (ou melhor, não cresce) como deveria, é considerada gravidez de risco. Perguntei o que poderia fazer para inverter a situação e basicamente não podia fazer nada, apenas tentar levar uma vida mais calma e descansar o mais possível, o Dr. Álvaro disse inclusivamente que provavelmente teria de ser ponderada a hipótese de ir para casa de baixa. 

No meio disto tudo, e como estava a ser seguida na CUF pela Drª Patrícia di Martino, achei que seria conveniente marcar uma nova consulta com ela para a pôr a par da situação. Fui ter com ela, expliquei-lhe tudo o que estava a acontecer e ela descansou-me bastante. Disse que era de facto um bebe pequeno, que tinha de ser muito vigiada mas com certeza que iria correr tudo bem. Aconselhou-me a ser seguida apenas na Maternidade pois tinha plena confiança no trabalho do Dr. Álvaro e que estaria certamente a ser bem acompanhada. Foi a ultima vez que estive na CUF. 

Passaram mais duas semanas e voltei mais uma vez à maternidade. Desta vez a ecografia seria feita pela Drª Natacha Oliveira e provavelmente iria ser seguida por ela até ao fim da gravidez. Antes de entrar na consulta, os rituais do costume - pesar, medir a tensão, falar um bocadinho com as enfermeiras e tirar algumas duvidas. Confesso que nessa altura andava a sentir-me muito cansada, parecia que já acordava esgotada, não tinha energia e sentia muita ansiedade, não só pela situação que estava a viver mas também com o trabalho. Estava numa fase bastante critica e sentia que me estava a "ir abaixo". Falei disso com a enfermeira (Enfermeira Leonor, uma querida, que me acompanhou sempre nas consultas) e ela disse para explicar a situação à Drª e chamou-me a atenção para o meu peso, que estava muito abaixo do esperado. Nenhuma novidade, portanto. Sempre tive muita dificuldade em ganhar peso e achei que seria super normal, no entanto iria conversar sobre isso na consulta. 
Conheci então a Drª Natacha Oliveira (querida, querida, querida). Muito simpática, profissional e muito atenciosa. Fez então a ecografia, foi explicando tudo o que via e concluiu que estava tudo bem com o bebe. No final, falámos então do meu cansaço, da dificuldade em ganhar peso e do stress em que andava. Conclusão: baixa médica, repouso (quase absoluto) e encaminhamento para as consultas de nutrição. Adorei a Drª Natacha logo no primeiro dia e, ao contrário de alguns profissionais com quem me cruzei, não me "repreendeu" por não estar a ganhar peso, muito pelo contrário, disse que ela própria era como eu e compreendia perfeitamente a situação. Era uma questão de genética e de metabolismo, não haveria grande coisa a fazer em relação a isso. 


A partir desse dia, começou uma nova aventura.  



Bia.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Segundo trimestre ou o inferno na terra (parte II)

Passaram dois dias desde que tinha ido fazer a ecografia e tinha chegado o dia de ir à Maternidade repeti-la. Estava simplesmente em pânico, tinha a boca seca, as mãos a suar e parecia não haver sinais de que algum milagre pudesse acontecer. Estava na sala de espera há duas horas e nada, o meu nome não se ouvia em nenhum microfone. 
Apesar de o Dr. Álvaro ter dito que podia ter de esperar algum tempo (porque não tinha consulta marcada) aquela espera estava a matar-me aos poucos. Depois de 4h à espera lá chamaram por mim, a sala de espera já estava vazia. Quando ouvi o meu nome, tudo à volta desapareceu, estava tão mas tão nervosa... Entrei na sala e lá estava o Dr. Álvaro com a sua equipa - Dr. Bruno Carrilho, Dra Natacha Oliveira e uma enfermeira. O Dr. Álvaro não parecia a mesma pessoa, muito bem disposto, sorridente e muito positivo. Explicou que íamos repetir a ecografia e, tal como já tinha informado, caso o edema não tivesse desaparecido teríamos de avançar para a amniocentese para fazer um estudo mais detalhado e descobrir se existia alguma mal-formação. Concordei mas rezei para que tudo tivesse passado. Além disso o meu pânico a agulhas não me deixava sequer pensar em ver uma agulha GIGANTE espetada na minha barriga. 
- O edema mantém-se - disse friamente a olhar para o ecrã e a mostrar quase sorrateiramente aos colegas.
Mantém-se?? Como mantém-se?? E as minhas rezas, os meus pedidos? Não tiveram efeito? Ninguém me ouviu?!

O Dr. Álvaro mostrou as imagens da ecografia aos colegas e todos concordaram em avançar para a amniocentece. Explicaram-me os riscos, o que teria de fazer depois do exame e perguntaram se eu concordava em realizar o tal exame. Disse que sim obviamente e, se querem saber a verdade, nem pensei na agulha.

STOP na história, tenho de fazer uma pausa para salientar o profissionalismo de todos. O Dr. Bruno Carrilho foi simplesmente um amor. Agarrou-me na mão antes do exame e disse "vai correr tudo bem, tenha calma". Durante o exame deu-me o braço dele para eu segurar e não olhar para agulha. Mais fofinho que isto não há. 

Depois de feito o exame levaram-me para uma salinha onde mediram a tensão e me explicaram que nas próximas 48h só podia levantar-me para ir à casa de banho, fora isso era repouso absoluto, deitadinha sem mexer durante esse período. 
Quando estava para sair, apareceram o Dr. Álvaro e o Dr. Bruno para me darem mais uma forcinha e ambos disseram que à partida o edema ia desaparecer e que não haveria de ser nada. Relembraram a importância do descanso e marcaram uma nova consulta para dali a uma semana. Explicaram que os resultados da amniocentese eram dados por telefone caso estivesse tudo bem mas se houvesse algum dado em contrario teria de ir à Maternidade saber o resultado. 

Mais uns dias de pânico e ansiedade ao máximo até que 3 dias depois ligaram-me a dizer que estava tudo ok e que o exame deu negativo para as trissomias. Ufaaaa... Saíram-me kilos de cima e podia respirar um bocadinho de alívio, ainda faltava receber o resultado das malformações genéticas e isso também me assustava bastante. Mais uns dias de espera e ligaram-me novamente... Tudo ok!

Graças a Deus, aos santinhos, ao Buda, a todos a quem pedi proteção, o meu bebe era perfeitinho.  

Uma semana depois volto à Maternidade e milagre dos milagres, durante a ecografia o Dr. Álvaro diz: "o edema desapareceu. Tal como apareceu, também desapareceu. Agora resta perceber porque é que o bebe não está a crescer como devia."

Não sei o que senti. Foi um misto de alegria, emoção, euforia com medo, pânico e ansiedade. Mais uma consulta marcada e aí iriam "estudar" o porquê de ser um bebe tão pequeno. Pensei: o pior já passou. 


Bia. 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Segundo trimestre ou o inferno na terra

No dia 25 de Outubro, estava eu grávida de 22 semanas, fui então ao consultório do Dr. Álvaro Cohen (Med Mulher, para as interessadas) para fazer a ecografia morfologica. Estava muito, muito ansiosa. Sabia que até ali tudo estava a correr bem mas tinha receio que houvesse alguma alteração. 
Para mal dos meus pecados (e da ansiedade também) o Dr. estava atrasado e tive de esperar mais de uma hora para ser atendida (agora percebo porque é que as consultas do Dr. Álvaro se atrasam e vou-vos explicar porquê mais à frente).


Chamou-me. Entrei, com algum nervosismo, mas ansiosa para poder ver o meu bebe outra vez. A sala estava escura e de facto o senhor foi de poucas palavras, cingindo-se ao essencial, fazendo perguntas breves e diretas. 

Numa tentativa de quebrar o gelo disse-lhe que tinha ido lá por indicação de uma colega, disse inclusivamente o nome dela, ao que me respondeu: "ok". Ok, pensei eu! Percebi que não íamos ter uma conversa muito longa mas OK, o importante era saber se estava tudo bem com o bebe. 


Lá começámos a ecografia e o Dr. Álvaro ia explicando tudo o que via: o coração, o estômago, os braços, as pernas, os pés, contámos todos os dedinhos e eis que ele diz que íamos ter um menino! Confesso que senti o mesmo que sentia quando estudava imenso para um teste e depois tinha um mísero "Satisfaz". Mas tudo bem, isso era o menos importante e iria ser um desafio gigante. O homem ficou louco e até já tinha imensos planos futebolísticos para o bebecas, enfim... homens! 



Muito bem, uma hora depois, mais coisa menos coisa, o exame terminou. Estávamos super contentes porque aparentemente estava tudo lindamente. Enquanto acabava de me arranjar, o Dr. Álvaro diz-nos o seguinte (não consigo esquecer-me da cara dele e de todas as suas palavras:

- Cheguem aqui por favor, tenho de falar com vocês. Sentem-se. 


O seu rosto não demonstrava qualquer sentimento ou expressão mas eu sentia que a mensagem não ia ser bonita. Também não esperava outra coisa uma vez que o tom monocórdico e direto com que falava pareceu-me que a entoação era a mesma ao dizer "está tudo bem" ou "está tudo mal". 

O meu coração parou e senti um calafrio a subir-me pela espinha. Algo não estava bem, tinha a certeza. 

- Estão a ver estes gráficos? (Sim estamos e então? Isso é chinês para nós. DESENVOLVA, SENHOR - pensei). Todos os valores estão abaixo da média, estamos perante um bebe muito pequeno e além disso observei um edema generalizado mas mais acentuado na  zona da nuca e do tórax. 
O mundo parou ali, o meu coração parou, o chão desapareceu. Pensei: nuca, translucência da nuca, trissomias, mal formações. Edema, edema, o que é um edema? O meu bebe não é perfeito? O que se passa???
- O que quer dizer isso Doutor? - Perguntei a medo. 
- Bem, sem querer alarmar, podemos estar perante uma trissomia ou uma mal formação genética. O desenvolvimento do bebe não está a seguir o ritmo normal e por isso daqui a dois dias quero voltar a ver este bebe na maternidade na unidade de Diagnóstico Pré-Natal para reavaliar a situação. Caso o edema se mantenha vamos ter de fazer uma amniocentese para despistar algumas suspeitas.  
SEM QUERER ALARMAR?? Você quase me diz que o meu bebe é deficiente e não quer alarmar??  Fiquei com tanta raiva naquele dia. Senti que o meu sonho podia acabar ali. E tinha tanto em que pensar, tinha provavelmente de tomar a decisão mais difícil da minha vida. Mas que m*rda de edema? Porque é que isso aconteceu? Porque é que isto me está a acontecer a mim?? Outra vez uma m*rda que me deixa sem chão? Não posso simplesmente ser feliz sem estes contratempos? 

Cheguei a casa e chorei. Chorei até não ter mais lágrimas. Não dormi naquela noite nem na seguinte, li tudo o que encontrei na net sobre edemas, mal formações, trissomias e nada, nada me acalmava. Rezei, pedi, implorei para que tudo não passasse de um susto. 

Faltavam dois dias para repatir a ecografia. Dois dias! 48 horas, com trabalho pelo meio. E se a porcaria do edema se mantivesse? E se o bebe tivesse mesmo uma malformação e não fosse viável o seu nascimento? Tudo me passou pela cabeça naqueles dois dias...

(...)




Bia. 




terça-feira, 2 de maio de 2017

5 novas séries a não perder!

Este post é para aquelas pessoas que, como eu, são devoradoras de séries!! Não sei se isto é sinal de que não tenho nada para fazer, ou se simplesmente devia ter mais que fazer…

Nestes últimos tempos tenho visto séries incríveis, muito bem cotadas e que valem mesmo a pena.

1. 13 Reasons Why
Tenho a certeza de que já ouviram falar dela, está por toda a internet e já não há memes com outra coisa… Esta é só a melhor série dos últimos tempos, mas cuidado, porque se vão viciar.


2. Big Little Lies (e não, não é Pretty Little Liars)
Esta série conta com a participação de três actrizes que eu adoro, Shailene Woodley, Reese whitherspoon e Nicole Kidman. É uma série agradavelmente intensa!


3. Legion
É uma série de ficção científica que te vai dar que pensar. Nos primeiros episódios é tudo muito confuso mas à medida que se avança vai-se percebendo (ou tentando perceber) o que está a acontecer.


4. The Night Of
É um drama criminal. Uma série envolvente, excitante e misteriosa. Há uma alta probabilidade em ficares viciado mas como a série é pequenina, não há problema.


5. Stranger Things
É uma série de suspense incrivelmente bem feita que volta já em Outubro (se tudo correr bem)! Não sei se se lembram mas o ano passado, na altura do Verão só se falava da Eleven, uma das personagens principais da série.


Por fim, só para esclarecer, as séries 13 Reasons Why, Big Little Lies e The Night Of são short series por isso muito provavelemte não passam da 1ª temporada.


Inês.