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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Superei o meu trauma

Já vos tinha dito que odiava agulhas, não já? Aliás, quando engravidei o que mais me assustava não era o parto em si mas sim o número de vezes que tinha de fazer análises ao sangue.
Eu morria de medo, não dormia na noite antes de ir ao laboratório e quando lá estava toda eu tremia, suava e rezava para não desmaiar (sim, aconteceu algumas vezes).

Nas primeiras análises que fiz (antes de engravidar e as outras duas seguintes) tive de pedir companhia ora à minha mãe (oh meu Deus que vergonha, tenho 30 anos e a minha mãe ainda vai comigo fazer análises!!) ora ao meu homem. Uma vergonha total, mas enfim a coisa podia correr mal e assim tinha alguém ali ao lado que me socorresse caso fosse desta para melhor (nunca equacionando a hipótese de que estava ou num hospital ou numa clínica e o que não devia faltar era gente habilitada para me socorrer). Mas atenção senhores leitores, que devem ser para lá de milhares, isto era passado porque agora não tenho medo!! E porquê? Perguntam vocês. Como conseguiste superar tal trauma? Muito simples, consegui ultrapassar este meu medo de infância fazendo o pior teste / exame / análise que já fiz na vida: teste da glicémia, ou numa linguagem mais técnica - prova de tolerância oral à glicose, que é assim das piores coisinhas que tive de fazer na vida. Passo então a explicar como o teste é feito: 1) vai-se em jejum (tal como nas análises normais ao sangue) e pimbas, leva-se logo uma pica e recolhem uma amostra de sangue; 2) bebe-se um líquido NOJENTO, uma espécie de xarope super doce e não pode ser bebido a saborear, tem de ser bebido rapidamente e até ao fim; 3) passado uma hora mais uma picada; 4) passado mais uma hora outra picada. Ou seja, no mesmo dia, no espaço de 2 horas fui picada 3 vezes. E atenção que durante este tempo não se pode comer nem beber nada. Quem for fraquinha e vomitar aquela coisa HORRÍVEL tem de voltar noutro dia e repetir o exame. Digo-vos já que é bem difícil não vomitar porque o liquido é mesmo muito enjoativo. 

Imaginam o meu pânico quando soube que tinha de fazer este teste? Quase morri e pedi obviamente ao meu homem para ir comigo mas.... MUITA ATENÇÃO!... Ele não pôde entrar comigo. Oh meu Deus, imaginei-me a morrer ali no laboratório da maternidade, sem forças para me levantar. Mas não!! Nada disso aconteceu! Enchi-me de coragem e fui sozinha, sem olhar para o braço e a mostrar à senhora enfermeira (acho que era enfermeira, não tenho a certeza) que era mesmo muito corajosa e aquilo para mim era piners como diz o outro. 

E para que servem estas análises? Basicamente para verificar se a grávida tem ou não diabetes gestacional - que é um tipo de diabetes que pode aparecer durante a gravidez mas que por norma desaparece após o nascimento do bebe. Esta doença afeta a forma como as células utilizam a glicose (açúcar) e provoca níveis elevados desta substância no sangue o que pode comprometer a gravidez e consequentemente o bebe. 

A partir dessa terapia de choque comecei a ir fazer análises sozinha. Mais..! No dia do parto levei um cateter no braço, uma coisa gigante que nunca antes tinha visto e nem pestanejei! 

Sou uma valente (ou então não). 



Bia.

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