E finalmente às 24 semanas pude respirar um bocadinho. Os resultados da amniocentese indicavam que estava tudo bem com o bebe, no entanto faltava perceber porque é que não estava a crescer como devia. Todos os valores se mantinham muito baixos e o gráfico de crescimento mostrava uma evolução mais lenta do que seria de esperar, o meu bebe estava no percentil 3.8. Tinha muito medo que nascesse um ratinho, antes do tempo e que algo corresse mal mas o Dr. Álvaro e a sua equipa, mais uma vez, foram o meu grande apoio, dando-me sempre muita força e coragem para ir lidando com a situação.
Estávamos então em Novembro e fui fazer mais uma ecografia à maternidade (tinha ficado estipulado que como havia a restrição de crescimento fetal eu teria de ser acompanhada de perto e fazer ecografias de 2 em 2 semanas). Tudo normal com o bebé, o edema tinha desaparecido por completo e o Dr. Álvaro chamou-me a atenção para a vitalidade do bebe, basicamente não parva quieto um segundo e foi difícil verificar tudo ao pormenor à primeira. A ecografia correu lindamente e o Dr. Álvaro descobriu a pólvora - o bebe não estava a crescer porque as minhas artérias uterinas estavam com resistência aumentada. E o que é que isso queria dizer? Basicamente estavam "fechadas", ou seja, a quantidade de nutrientes que deveriam alimentar o bebe estavam a chegar em quantidades muito, muito reduzidas. Nestes casos, a gravidez tem de ser seguida muito de perto porque pode levar a um parto prematuro e, tal como estava a acontecer comigo, o bebe não se desenvolve (ou melhor, não cresce) como deveria, é considerada gravidez de risco. Perguntei o que poderia fazer para inverter a situação e basicamente não podia fazer nada, apenas tentar levar uma vida mais calma e descansar o mais possível, o Dr. Álvaro disse inclusivamente que provavelmente teria de ser ponderada a hipótese de ir para casa de baixa.
No meio disto tudo, e como estava a ser seguida na CUF pela Drª Patrícia di Martino, achei que seria conveniente marcar uma nova consulta com ela para a pôr a par da situação. Fui ter com ela, expliquei-lhe tudo o que estava a acontecer e ela descansou-me bastante. Disse que era de facto um bebe pequeno, que tinha de ser muito vigiada mas com certeza que iria correr tudo bem. Aconselhou-me a ser seguida apenas na Maternidade pois tinha plena confiança no trabalho do Dr. Álvaro e que estaria certamente a ser bem acompanhada. Foi a ultima vez que estive na CUF.
Passaram mais duas semanas e voltei mais uma vez à maternidade. Desta vez a ecografia seria feita pela Drª Natacha Oliveira e provavelmente iria ser seguida por ela até ao fim da gravidez. Antes de entrar na consulta, os rituais do costume - pesar, medir a tensão, falar um bocadinho com as enfermeiras e tirar algumas duvidas. Confesso que nessa altura andava a sentir-me muito cansada, parecia que já acordava esgotada, não tinha energia e sentia muita ansiedade, não só pela situação que estava a viver mas também com o trabalho. Estava numa fase bastante critica e sentia que me estava a "ir abaixo". Falei disso com a enfermeira (Enfermeira Leonor, uma querida, que me acompanhou sempre nas consultas) e ela disse para explicar a situação à Drª e chamou-me a atenção para o meu peso, que estava muito abaixo do esperado. Nenhuma novidade, portanto. Sempre tive muita dificuldade em ganhar peso e achei que seria super normal, no entanto iria conversar sobre isso na consulta.
Conheci então a Drª Natacha Oliveira (querida, querida, querida). Muito simpática, profissional e muito atenciosa. Fez então a ecografia, foi explicando tudo o que via e concluiu que estava tudo bem com o bebe. No final, falámos então do meu cansaço, da dificuldade em ganhar peso e do stress em que andava. Conclusão: baixa médica, repouso (quase absoluto) e encaminhamento para as consultas de nutrição. Adorei a Drª Natacha logo no primeiro dia e, ao contrário de alguns profissionais com quem me cruzei, não me "repreendeu" por não estar a ganhar peso, muito pelo contrário, disse que ela própria era como eu e compreendia perfeitamente a situação. Era uma questão de genética e de metabolismo, não haveria grande coisa a fazer em relação a isso.
A partir desse dia, começou uma nova aventura.
Bia.
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