Há uns anos, quando se falava em família só pensava: quem me
dera já ter 20 anos, sair de casa e não ter de cumprir ordens nem ter horas
para chegar a casa. As horas e as imposições de regras eram, para mim e para
qualquer adolescente, uma seca!
Porque é que não podia sair até mais tarde como a maior
parte dos meus amigos? Porque não podia ir passar férias com os meus amigos?
Porque é que durante a semana tinha de me deitar cedo? Não percebia e gerava
até alguma revolta dentro de mim. Quando
fiz 20 anos tive a sorte de poder fazer Erasmus e aí a minha perspectiva
de liberdade e significado de família mudou completamente. Percebi que as
regras eram de facto importantes, percebi que o facto de a minha mãe me ter
ensinado a cozinhar e a organizar as minhas coisas fazia toda a diferença. A
tudo isto juntaram-se as saudades, as imensas saudades que se têm de toda a
gente, até daqueles com quem não falamos todos os dias.
A partir desse momento, tudo mudou. Hoje em dia, a minha
família é tudo. Apesar de não estar com eles todos os dias, sinto que quando estamos
juntos a nossa cumplicidade aumenta. Somos unidos, cúmplices e essencialmente,
amigos. E claro que quando falo em família não penso apenas nos pais e irmãos.
Penso nos avós, nos primos, nos tios, nos primos em segundo grau, dos primos em
terceiro grau e dos tios-avós. Quando se junta a família toda percebo que de
facto dependo daquilo. Dependo do mimo, dependo do afeto, dependo daquela injeção
de amor que só aquelas pessoas me conseguem dar, só a minha família.
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