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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Natal especial

Este Natal foi especial. Foi o primeiro enquanto mãe, com um bebé a correr pela casa e a ser o centro das atenções. Este ano não recebi tantos presentes como habitual, não estive o jantar todo sentada à mesa e fui dormir antes da meia noite. Este ano as prendas foram todas para o Kiko, todos os olhos estavam postos nele. Nas piadas, nos passos que já vai dando, no sorriso dele, nos dentinhos, em tudo o que faz. 

O ano passado estava eu com um barrigão, super pesada e com ordem expressas para "comer tudo". O ano passado estava ansiosa por conhecer o meu bebecas e passar o próximo Natal já com ele a agarrar-se a mim. 

E este ano no foi tão bom. Por estar meio adoentado, cheio de tosse e com o nariz todo tapado, dormiu connosco nestes últimos dias.  E foi tão bom. No dia 25 acordei com o Kiko a abraçar-me e a dar-me "beijinhos". Acordei derretida, com o coração quentinho e a rebentar de amor por aquele miúdo. Fechei os olhos e pedi para que aquele momento nunca se perdesse. Pedi para nunca me esquecer daquele abraço e do mimo que ele me dá. Também preciso. Sinto que este amor não para de crescer, sinto que o entendo de uma forma que mais ninguém entende (nem o pai, sorry!), sinto que cresce demasiado rápido e que todos os minutos contam. É um bebé mesmo especial, fofo todos os dias, que só apetece comer-lhe as bochechas.
Para este ano só peço mais mimo. Beijinhos e abraços infinitos do Kiko, amor, mais bochechas e vá, saúdinha também é preciso. 




Bia. 

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Olá sou a Maria, esta é a Mariazinha.

Não sei quantos nomes diferentes existirão no nosso país, mas se o alfabeto tem 23 letras e se houver um nome por cada letra temos, pelo menos 23 nomes.

A minha questão é a seguinte: qual é a lógica de um pai ou uma mãe darem o seu nome ao filho? Para dizerem: "Olá eu sou a Maria e esta é a Mariazinha" (?) (sim porque é sempre assim, o filho fica sempre com o diminutivo do nome escolhido, não faz sentido).
E quando essa criança for adolescente ou adulta? Vai ser sempre a Mariazinha e a mãe a Maria? Senhores, há tantos nomes no mundo para quê repetir?

Eu já pensei muito sobre este assunto (que é mesmo muito interessante) e cheguei a uma conclusão. Será que esta identidade repetida é para o pai / mãe terem uma segunda oportunidade na vida? Talvez seja por isso. Ou pensam que se derem o mesmo nome vão gostar mais dos filhos? Esqueçam, afinal não há conclusões. 

Se tiverem um filho com o vosso nome por favor expliquem-me o porquê. 

Já agora, deixo uma lista de nomes, just in case :) 




Bia. 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O problema não és tu, sou eu.

Ouço muitas vezes dizer que o stress dos bebés é passado pelos pais. Sim porque há toda uma pressão em torno dos pais para fazerem isto ou aquilo desta ou da outra forma. Enfim, há sempre milhões de teorias, todas elas diferentes e parece que quanto mais coisas se ouvem mais sem nexo elas parecem. 
Os pais sentem uma pressão enorme para tudo, para o bebé dormir na cama, para não usar chucha, para usar chucha, para comer logo sopa mal nasça (uma vizinha minha - velhinha - disse que a filha dela tinha comido sardinhas com 2 meses!!), enfim! No início sentia-me mal, achava que era a pior mãe do mundo e que estava a fazer tudo mal. Mas o tempo foi-me ensinando que a intuição é uma coisa tão natural que só às mães percebem e por isso não há ninguém que saiba tão bem como nós o que é melhor para os nossos filhos.

Uma coisa é certa, com tanta pressão e tantas opiniões diferentes, os pais por muito que não queiram e por muito que tentem não ligar, sentem que se calhar não estão a agir corretamente. Lembro-me tão bem quando o Kiko era bebé e chorava sem parar, eu entrava num estado de stress que ele só parava quando alguém lhe pagava ao colo para eu ir "respirar". É uma bola de neve. O bebe chora, a mãe fica nervosa, passa o stress para o bebé, o bebe chora ainda mais e só quando a mãe se acalma é que o bebé finalmente tranquiliza. 

Há pouco tempo, na consulta dos 9 meses, a pediatra disse que o Kiko já não precisava de beber leite à noite. Se ele acordasse por volta da meia noite podíamos dar mas se fosse depois dessa hora não era "aconselhável".  Andei uma semana a tentar não dar leite ao bebecas à noite, ele a chorar.. enfim! Até que pensei: "quer lá saber, se ele quer beber leite à noite, que beba até querer". A partir desse dia nunca mais pediu leite à noite. 

Por isso a calma e a tranquilidade são fundamentais para cuidar dos nossos babys! :) 




Bia. 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Alerta Mundial!

Estou chocada, chocadíssima, petrificada mesmo. O que eu descobri é um escândalo! Se calhar não é nenhuma novidade mas como sou novata nisto só agora reparei.

Então passo a explicar. Quando o Kiko começou a comer papa, a pediatra indicou-nos as papas da Holle (que se vendem no celeiro por exemplo) porque tinham menos açúcar e eram feitas com ingredientes biológicos. Sinceramente, não pesquisei muito sobre isso nem olhei para os rótulos. Confiei na pediatra e tenho comprado sempre dessa marca. Há uns dias a papa acabou e achei que podia mudar um bocadinho e comprar de outra marca. Fui ao Pingo Doce, vi as da Blédina e a Cerelac e lembrei-me POR ACASO de olhar para os rótulos. Tenho essa mania quando compro algo novo (iogurtes, bolachas, queijos, etc). Quando li os rótulos pensei que não estava a ver bem. Não, não era possível. Então a papa Cerelac por cada 100 gramas, tem nada mais nada menos do que 35 gramas de açúcar. TRINTA E CINCO?? As da Holle têm 0,8 gramas de açúcar por 100 de produto!! Que diferença!!. 

Numa era em que se fala tanto dos efeitos nocivos do açúcar nas crianças (e não só), é incrível como podemos ser "enganados" pelas marcas. Marcas essas supostamente tão credíveis e tão preocupadas com a saúde. Confesso que nem sempre me preocupei com estas questões mas ultimamente tenho estado mais atenta e acreditem que temos de estar de olhos bem abertos. O açúcar pode até ser considerado uma droga, é mesmo muito viciante.

Segundo a direção geral de saúde, as crianças nascem com preferência para o sabor doce (é inato) no entanto a adição de açúcar é desnecessária e deve ser evitada nos dois primeiros anos de vida.  

Ora, perante isto aquela história do coitadinho é só um chocolate, um chupa, uma goma não vai colar comigo. Coitadinho não é se não comer mas sim se comer. O açúcar pode ter efeitos negativos tão variados como obesidade, diabetes, depressão, cáries... Não é isso que queremos para os nossos filhos, pois não?



Bia. 


terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O Kiko já gatinha! Parabéns, mas não viste...

A semana passada o Kiko deu as suas primeiras passadas no gatinhanço. Já tinha perdido a esperança porque aquela criança só quer estar em pé, andar como os grandes e para estar sentado é preciso estar cansado ou a mexer em qualquer coisa que não deve. Tem um gosto especial por detergentes da roupa, molas e ímanes do frigorífico.

O Kiko ainda está com a avó, por isso, quando o fui buscar ela disse-me toda feliz: "O Kiko já gatinha!! Deu três passos hoje". Na altura fiquei tão, mas tão contente! O meu bebezoca já está tão grande!! 

Quando cheguei a casa caiu-me a ficha. Ele já gatinha... gatinhou hoje pela primeira vez... e tu onde estavas? A trabalhar. Não viste o teu filho a gatinhar pela primeira vez. E vai volta a acontecer. Ele vai começar a andar e tu vais estar onde? A trabalhar. Quando disser uma palavra à séria vais estar onde? A trabalhar. E é isto. Parabéns! Tudo acontece enquanto trabalhas e o mais importante da tua vida vai crescendo sem estares presente. Parabéns!




Bia.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Estou exausta!

Estou cansada, exausta, de rastos. Ser mãe é das tarefas mais exigentes e extenuantes que existe. É toda uma organização, falta de sono e coordenação. É ter de ir trabalhar todos os dias sem ter descansado o suficiente, é ter de enfrentar horas loucas de trânsito com o bebé la atrás a chorar, é ter de chegar a casa e haver um segundo trabalho: fazer o jantar, pôr a roupa a lavar, preparar o jantar ( o nosso e o do bebé), é dar banho, é comer à pressa para no dia seguinte tudo se repetir novamente.
Uma vénias às mães solteiras, aos pais sem ajuda da família e a todos com filhos pequenos. 
É de facto a loucura. E é ainda mais a loucura quando se vive em Lisboa e tem de se atravessar a cidade TODOS OS DIAS à hora de ponta DUAS VEZES por dia. Sim, de manhã e à tarde. Que desgaste, que canseira. Tenho vontade de abandonar (como dizia o outro), sair desta cidade, ir viver para o campo, para a praia, para uma ilha deserta. Era só ir. Ir para algum lado sem trânsito, sem confusão, sem barulho. 

Mas depois volto à realidade, olho para o espelho e vejo aquele pirralhinho a rir-se para mim e passa tudo. Já não estou cansada, já não há trânsito, somos só nós. Relembro o dia em que ele nasceu, os primeiros dias de ronha, o sorriso dele e a mãozinha a agarrar a minha mal acabou de nascer. Que canseira tão boa, que desgaste tão gratificante. 

Penso sempre e repito várias vezes... "É só uma fase, é só uma fase". Mas posso estar cansada, não posso?




Bia. 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Ainda me lembro de dormir

O Kiko está a crescer a um ritmo impressionante. É impossível não notar e custa-me imenso não poder estar com ele 24 horas por dia. Cada dia que passa está mais ativo, mais engraçado e até quase mais independente. Todos os dias tem uma graça nova, faz qualquer coisa que não fazia no dia anterior e até mesmo as feições mudam constantemente. É um amor, refilão, já com uma personalidade bem forte e sabe sempre o que quer. Um filho de facto muda a nossa vida, muda a forma como nos vemos, como nos sentimos e até a forma como vemos o mundo.
Tudo muda, até os nossos hábitos, os nossos horários, as nossas rotinas, as nossas ronhas.

Eu sou  era super dorminhoca. Dormia mais de 10h por noite e ai de quem me fizesse estar acordada depois das 22h30. Quando engravidei toda a gente me dizia que ia ser difícil para mim porque estava habituada a dormir muito e com o bebé não ia conseguir descansar. Confesso que isso me assustava. Temia noites inteiras sem pregar olho, sem conseguir sequer encostar a fronha na fronha (ahaha gostaram da piada?). E ainda por cima eu fui uma bebe chorona, chorava sem parar, dias e noites a fio. Sempre imaginei que ia ter um bebe igual a mim, a chorar sem parar... Ia ser um pânico. A sorte é que o meu Kikola até se vai portando bem. Acho que em 9 meses só dormiu uma noite completa para aí 4 vezes e ultimamente vai alternando. Tem duas ou três noites muito más depois tem duas ou três noites que só (sim só) acorda umas três vezes... Enfim, nada do outro mundo. Só ainda não percebi porque é que se diz "dormir como um bebé, porque na realidade a maior parte dos bebés não dorme bem. 

Acreditem que me surpreendi a mim própria e quando durmo só 5 ou 6h e estou fresca e fofa não acredito que sou a mesma pessoa. A vida tem destas coisas e a minha mãe dizia-me sempre antes do Kiko nascer: "tu agora dormes muito e precisas dessas horas para te sentires bem mas acredita que o corpo se habitua e um bebé muda completamente a nossa forma de estar". Palavras sábias e certas. Estou ansiosa por conseguir ter um diazinho de ronha infinita mas acho que quando o tiver vou estar ansiosa por estar com o meu Kikola outra vez. 



Bia. 




quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Mãe e filho a nadar

Desde que o Kiko nasceu que gostava que ele fosse para a natação. No período que estive de baixa li imensas coisas: livros, sites, estudos científicos e a certa altura encontrei imensa informação sobre natação para bebés. Fiquei logo com vontade de o inscrever assim que pudesse. 
Quando fez 4 meses, fomos à consulta com a pediatra e ela aconselhou a natação mas apenas a partir dos 6 meses. Disse que tinha imensos benefícios e, apesar de o Kiko ter muita vitalidade, não se perdia nada em ir... ir sem medos!

Aos 7 meses lá foi o Kiko (e eu claro) para a primeira aula de natação e correu lindamente! Ele adorou a água, não parava de mexer os braços e as pernas e gostou muito de conhecer outros bebés. 
De entre os benefícios conhecidos, destaco alguns deles: 

- Físicos: aumento do tónus muscular, da força, de resistência e de capacidade pulmonar;

- Sociais: a interação social com o outro é desenvolvida desde bebé, sendo que até aos 4 anos esta interação é desenvolvida pelos próprios pais. 

- Emocionais: Há estudos que afirmam que os bebés que praticam natação desde os 6 meses deslocam-se de forma mais autónoma mais cedo quando comparados com bebés sem este tipo de atividades. A ligação entre pais e filhos é fortalecida e os níveis de confiança e auto-estima dos bebés são influenciados positivamente. 

Claro que quando vamos para uma aula de natação, não sei quem aproveita mais, se o Kiko ou eu. 
Não sei se será por nostalgia (por eu ter andado imensos anos na natação), se por gostar mesmo muito de água ou se simplesmente por poder mimar o meu bebecas durante 1 hora. É um momento só nosso, onde precisamos um do outro e onde nos mimamos muito. 

Mamãs, experimentem! Vão adorar :) 

Bia. 


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Adeus maminha!

Quando o Kiko nasceu tive muita dificuldade em amamentar. Ele era muito pequenino, só queria dormir e não tinha força suficiente para segurar a maminha. Pensei que não ia conseguir e que provavelmente teria de abandonar a ideia de amamentar até ele ser grandinho. As coisas lá se foram compondo e o Kiko aprendeu que mamar até era bom. Mamou em exclusivo até aos 4 meses mas, a partir daí, e de acordo com a pediatra, começámos a introduzir as sopinhas. Foi tudo pensado e ponderado porque o meu maior receio era que quando voltasse ao trabalho o Kiko tivesse dificuldade em aceitar mais uma mudança. Então, aos poucos, fomos começando a dar umas sopinhas em puré e adivinhem... Adorou!

Após 6 meses (5 de licença e um de férias) voltei ao trabalho e por isso o Kiko só mamava duas ou três vezes por dia (uma de manhã, uma ao final do dia e outra a meio da noite). Por incrível que pareça, começou a rejeitar a mama. Não mamava nada, olhava para todos os lados e parecia não conseguir concentrar-se na tarefa. Percebi que a maminha já não o saciava pois mamava e passado pouco tempo estava com fome. Falei com a pediatra e começámos então a dar-lhe leite artificial. 

A amamentação ensinou-me muito, acreditem. Foi bastante difícil no inicio mas fez-me acreditar que sou muito mais forte do que pensava, aprendi a seguir os meus instintos, aprendi que mesmo ouvindo sistematicamente frases de negativismo máximo, consegui calar toda a gente e superei todos os meus dramas existenciais. 

Fiquei triste quando percebi que tinha de deixar de amamentar, porque senti que tinha perdido o “nosso momento” e que a partir dali qualquer pessoa podia substitui-me na altura das refeições. São momentos únicos, indescritíveis onde se sente que o nosso amor não tem limites. 




Bia. 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Não me cansem a beleza!!

É incrível como toda a gente tem uma opinião (sempre contrária, obivamente) sobre tudo e mais alguma coisa. Descobri que ter filhos é muito mais difícil do que pensava e não é porque o bebé dá (e muito) trabalho mas porque as pessoas CANSAM-ME a beleza. Se eu digo que faço assim, ouço logo alguém dizer que devia fazer assado. Parem de me cansar, parem de dizer que faço sempre tudo mal ou, delicadamente, que não faço tudo certo. 
Eu sei que não faço tudo certo, estou a aprender, nunca fui mãe e por isso quero aprender com os meus erros e, acreditem, há um instinto a funcionar 24 horas por dia e nem sabem... ele funciona mesmo!

Agora o meu bebecas está na fase de querer comer coisas em pedaços maiores, roer pão, trincar fruta e legumes. Sei que é altura de ir alterando um bocadinho a consistência da sopa mas estava a tentar fazer essa alteração aos poucos. Há uns dias disseram-me que o Kiko já não comia bem a sopinha porque era sempre igual. "Tens é de passar menos a sopa, ele tem de comer bocados maiores se não fica com problemas na fala. Ah e está na altura de ele começar a comer peixe". Claro, claro que sim, tem toda a razão. Que mãe péssima, estou a fazer tudo mal. E se o meu bebeca fica com problemas na fala por minha causa? Que parva, sou mesmo desinformada, vou já fazer uma sopa nova, mal passada e com peixe. - Pensei. 
Fiz a sopa, com legumes diferentes, mal passada e introduzi o peixe, pensando que estava a fazer a coisa "certa".
À hora de jantar dei a sopa nova ao Kiko e adivinhem o que aconteceu? Não comeu nada!! E porquê? Porque fui na conversa, fiz o que estava, à partida, "certo" e o miúdo não gostou. Claro que não gostou. Dei-lhe uma coisa completamente diferente do que estava habituado. Fiquei para morrer. Culpei-me ainda mais... Mas porque é que eu simplesmente não segui os meus instintos, porque é que fui na conversa e ainda me culpei por querer fazer as coisas da maneira que eu achava mais correto? 
Correu mal, correu muito mal e por isso a partir de agora vou ouvir, dizer que sim a tudo e sabem o que vou fazer? Nada. Vou fazer o que o coração me disser. 

A maternidade é uma aprendizagem constante, um desafio aos nossos limites, à nossa paciência, tolerância. Os filhos são o melhor do mundo e acreditem que seguir o nosso instinto é o melhor que podemos fazer, custe a quem custar. 




Bia. 



quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Casei-me há dois anos, é incrível!

Ontem fiz dois anos de casada. Não sei como é possível, e parece cliché, mas o tempo passou tão, mas tão rápido. Parece que não foi há mais de 6 meses. Não sei se se deve festejar, são bodas de quê? Eu como não sei, acho que são bodas de caganito, porque 2 anos é muito pouco comparando por exemplo com a minha avó que esteve casada mais de 25 anos. Isso sim, 25 anos é motivo para celebrar. Eu não festejei. Não fui jantar fora, não encomendei sushi nem deixei o meu bebecas com a avó, foi só um dia normal, simples. 

É engraçado recordar o dia mas é ainda mais engraçado recordar tudo o que antecede o casamento. Tanto stress, tanto trabalho, tantas horas a decidir se o guardanapo fica à direita ou à esquerda para o dia passar simplesmente a voar. Se é um dia maravilhoso? Claro que é. É um dia de emoções? Sim, daquelas de fazer arrepiar todos os pelinhos do nosso corpo. É um dia para repetir? Não. Ou talvez sim, depende de cada pessoa. No meu caso não irei repetir com certeza. 

Mas e o que é que o casamento me trouxe de novo? Trouxe-me tudo e não me trouxe nada. Nada porque na prática não mudou muita coisa mas a realidade é que me trouxe tudo. Trouxe-me a pessoa mais importante da minha vida. Não sabia que era possível gostar tanto de alguém, não sabia que se podia sentir o coração a rebentar de amor, não sabia que era capaz de ficar bem disposta depois de só ter dormido 4 ou 5 horas (não seguidas). Não sabia muita coisa e aprendi da melhor forma. Aprendi que sou mais forte e mais fraca do que imaginava. Muita coisa mudou, para melhor. Já não somos só duas pessoas no mundo, agora somos três e dois anos depois só espero que se mantenha tudo igual. 



Bia. 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Que tipo de mãe sou eu?

Quando se é mãe algo de muito importante e grandioso transforma o nosso corpo, a nossa visão do mundo, os nossos sentimentos. Ganhamos um espaço infinito para amar aquele ser tão pequeno e que depende totalmente de nós. Ganhamos um novo amor, uma dependência, um "vicio" de querer ser, querer estar, querer dar. Não sei bem como definir esta nova "eu" mas tenho a certeza que fiquei diferente.

O dia 31 de Janeiro mudou a minha vida, o meu mundo, a minha percepção da realidade e todas as minhas prioridades mudaram radicalmente. Estou completamente centrada no meu bebé, só quero que ele esteja bem e que não lhe falte nada (acho que é um sentimento comum a todas as mães).
Durante o período de licença é fácil controlar estas emoções e direccionar toda a nossa atenção e todo o amor num só sentido, mas agora voltei a trabalhar. Voltei para a minha rotina e sinceramente sinto-me mal. Que merda de mãe sou eu? Que merda é esta de deixar os nossos filhos ao cuidado de outra pessoa para podermos trabalhar? Trabalhamos demais. Trabalhamos horas infinitas e quê, estamos 2 horas ao final do dia com o nossos filhos? Como é que me vou sentir quando ele disser a primeira palavra e eu não a ouvir? Quando der o primeiro passo e eu não estiver lá para o segurar? Que merda de vida é esta que nos absorve em trabalho, obrigações, ansiedades, stress… Para quê?

Mas eu sei, eu sei o que me vão dizer… Vão dizer que toda a gente passa por isto e que tem de ser e que é para lhe darmos uma vida melhor, blablabla! Eu sei isso tudo mas provavelmente o mais importante desta vida eu estou a desperdiçar. Estou a desperdiçar os sorrisos, os abraços, as conquistas, as inseguranças. E para porquê? Porque a sociedade assim o exige. Quem faz ou põe sequer a hipótese de fazer diferente é visto de lado, é “maluca” porque deixou de trabalhar para ficar com o filho, é “parva” porque estava efectiva e muito estável no emprego e abdicou disso. Tretas!! É por isso que penso que merda de mães somos nós, que não temos coragem de mudar, de seguir o nosso coração e confiar os nossos filhos a nós próprios. Dói-me o coração cada vez que deixo o meu bebé e tenho de ir trabalhar. O olhar, triste, como que a dizer: “mãe, ainda preciso tanto de ti e tu deixas-me”. E deixo. Deixo mesmo. Deixo porque a sociedade impôs-me a pressão do trabalho, do querer ter mais e melhor, da educação, do carro e da casa mas no fundo tudo se resume a nada porque o mais importante a vida vai-nos tirando.


Gostava de ter coragem para mudar, para ser mãe presente e dedicar todo o tempo do mundo ao meu bebe mas infelizmente não tenho. Tenho medo do incerto, de cair no abismo e não conseguir dar o que todos pensam ser “o melhor”. 



Bia. 

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Manel, Pedro ou António?

Ai o drama e a responsabilidade de escolher um nome para um ser que ainda nem nasceu! Parece uma coisa simples mas acreditem, é bem mais difícil do que se possa imaginar. No meu caso, quando engravidei tinha um feeling que ia ter uma menina e toda (mas mesmo toda) a gente me dizia que ia ser menina de certeza. Acreditei nisso e até gostava da ideia de poder vestir um bebé todo aos lacinhos e de cor de rosa máximo. Só pensava que o bebé que vinha a caminho ia ser um piroso, ou uma pirosa, neste caso. Como "sabia" que ia ser uma lady preparei-me apenas para isso, só via nomes de meninas e até já tinha uns quantos "selecionados". Adorava Luísa, Leonor e Teresa por isso quando nascesse ia ter um destes nomes de certeza. Pensei também mas muiiiiito por alto, sem dar grande importância, aos nomes de meninos. Gostava de um ou dois mas nunca decidi nada em relação a nenhum. 

O pior foi quando na ecografia me disseram que ia ter um menino. Oh meu Deus, eu que já estava a imaginar a miúda toda pirosa, às flores, corações e lacinhos, tive de abandonar a ideia de imediato. Comecei logo a imaginar bolas de futebol, coisas todas azuis, carros e afins... Não posso dizer que fiquei desiludida mas gostava de ter uma menina, especialmente porque na família somos quase todas meninas. Enfim, nada de dramático mas tive de me habituar à ideia (hoje em dia não imaginava a coisa sem o meu pilinhas). 

Quando faltava cerca de um mês para o bebe nascer ainda não tínhamos chegado a um consenso sobre o nome da criança, especialmente porque eu e o pai gostávamos de nomes completamente diferentes. Eu adorava Lourenço, Guilherme e Afonso; o pai gostava de Pedro, João, Luís... Nada a ver MESMO! Então decidimos fazer uma lista com 5 nomes e depois víamos quais coincidiam. Conclusão, apenas dois nomes em comum: Afonso e Francisco. 
Confesso que Francisco não era uma das minhas primeiras opções mas depois comecei a gostar. Chama-lhe kikinho, kiko, kikolita e comecei a adorar. Chegámos a acordo (depois de muito ponderar entre Afonso e Francisco) e o baby lá ficou Francisco. Mas este deve ser o ano dos Franciscos porque cada vez que dizia o nome alguém dizia "tenho uma prima que teve um bebé há um mês e também é Francisco", "uma amiga minha está grávida e também vai ter um Francisco". É o nome da moda e talvez com alguma influência do Papa Francisco que é muito fofinho e toda a gente o adora, incluindo eu. 

Espero que um dia mais tarde o meu Francisco não me diga que preferia chamar-se Afonso ou Guilherme.  :) 


Bia.


sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Amamentar não é um drama!

Sempre soube que queria amamentar o meu bebé, aliás nunca pensei noutra alternativa e sempre que me perguntavam na Maternidade se eu ia querer amamentar, achava a pergunta um pouco estranha. Não me fazia grande sentido não o fazer e nem era pelos inúmero benefícios que traz quer para o bebé, quer para a mãe (também era, claro) mas achava que amamentar era natural. 

No curso de preparação para o parto sempre nos incentivaram a amamentar e de preferência fazê-lo na primeira hora de vida do bebé, caso isso fosse possível. No meu caso foi e quer eu quer a enfermeira batalhámos bastante para que isso acontecesse. Já vos contei que o meu bebé nasceu um ratinho, com 2,075kg e mal sabia respirar, quanto mais fazer força para se alimentar ou abrir os olhos. A boca era minúscula, a respiração irregular e foi muito difícil fazer a primeira pega. A enfermeira (sinceramente não me recordo o nome mas lembro-me dela todos os dias) esteve quase uma hora comigo e com o bebé para que ele conseguisse mamar nem que fossem uns segundos. Lá conseguimos mas aquelas primeiras horas, primeiros dias, foram bastante difíceis para mim. Foram dias de frustração e de cansaço extremo porque simplesmente aquele ser frágil e minúsculo adormecia mal conseguia pegar na mama. Era uma luta constante para que conseguisse mamar 5 minutos seguidos.

Na Maternidade tive sempre muito, muito apoio. Todas as enfermeiras se mostraram disponíveis para me ajudarem e inclusivamente pediam-me para as chamar quando fosse amamentar. Umas queridas, mesmo! Já soube de histórias de outras maternidades em que nada fizeram para que o bebé mamasse, um horror! Mas nisso fomos uns sortudos!

Os primeiros dias foram passando e ele continuava um ratinho, sem força, só dormia e parecia nem ter fome, tinha de o "obrigar" a mamar. Experimentei todas as posições para a pega ser mais fácil mas nada resultava a 100%, até que, numa das consultas de prematuros na maternidade, a conselheira de amamentação falou comigo e aconselhou-me duas coisas: uma bomba de extracção de leite e um mamilo de silicone. Nessa fase sentia-me frustrada e pensava que não ia conseguir amamentar mas a conselheira de amamentação conversou comigo e disse-me que de facto era difícil mas para nunca desistir. Deu-me o contacto dela e qualquer dúvida, qualquer coisa que precisasse estaria sempre disponível (Enfermeira Isabel, não me vou esquecer). 
Depois dessa conversa, saí da maternidade com outro ânimo e com força e coragem para continuar a insistir e a fazer aquilo que estava a fazer até àquele momento, afinal de contas o bebé estava a recuperar bem o seu peso. O pior foram as pessoas, sim aquelas visitas que só sabem dizer mal e "deitar abaixo". Aquando das visitas a minha casa, ouvi muita gente dizer: "oh se ele tem assim tantas dificuldades para mamar, não vais conseguir amamentar muito tempo", " se calhar o teu leite não é suficiente, é melhor dares-lhe o suplemento", "tenta assim, tenta assado"... E tantas coisas que eu ouvi mas decidi seguir o meu instinto e acreditar que íamos ser capazes e acreditem que valeu muito a pena. Hoje, com 6 meses, o meu pequeno ainda mama, só à noite porque felizmente ou infelizmente já estou a trabalhar, mas sinto muito orgulho neste trabalho de equipa que resultou lindamente. 

Queridas mamãs ou futuras mamãs nunca desistam e não ouçam o "barulho de fundo", ouçam apenas o vosso coração. 




Bia. 

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Os bebés são todos maus!

Sou mãe há relativamente pouco tempo mas de uma coisa já tenho a certeza: não há bebés bons. Todos são maus e se não são agora vão ser depois, acreditem. Tudo o que se pode dizer de positivo ou menos positivo há sempre grandes, grandes teorias e sabedoria infinita. Todos têm algo a dizer e esse algo, por norma, é mau. Fiz uma pequena compilação para as futuras mamãs saberem de antemão o que as espera! Good Luck! :)

1) Ele até se porta bem. Oh isso é porque ainda não começou a gatinhar. E quando andar? ESQUECE!! Esquece a tua vida. Quando ele começar a andar ninguém o pára, não vais conseguir ter uma refeição descansada, não vais dormir nunca mais na vida. Esquece mesmo, o teu filho vai-se tornar num verdadeiro diabrinho com pernas.

2) Está a chorar porque deve estar com cólicas. E ainda não apareceram os dentinhos. Oh quando os dentes estiverem a nascer vai ser uma verdadeira tortura (para ti, claro porque para o meu bebé não! Ele chora porque sim, não é por ter dores). E as noites? Ui as noites... Nunca mais vais dormir descansada, ele vai ter imensa febre, vai passar as noites a chorar e com sorte até vai ter otites!! Não te ponhas a pau, não. E atenção! Quanto mais tarde os dentes nascerem pior.

3) Sim, dorme ao colo. Oh meu Deus!! Como dorme ao colo aos 3 meses? Não me digas que também lhe pegas ao colo quando chora. Eu se fosse a ti deixava-o chorar 3 dias e 3 noites seguidos até ele se habituar a dormir sozinho. Continua a andar com ele ao colo, continua. Depois vais ver, ele só vai querer colo e tu não vai conseguir fazer mais nada. Isto hoje em dia é assim, as mães não sabem habituar os filhos de pequenos e depois vêem-se miúdos de 2 anos a chorar porque querem os colos dos pais. Onde é que já se viu?

4) Ainda mama aos 6 meses. Cruzes credo! Um bebé amamentado pela mãe? Onde é que isso já se viu? Com tantos leites artificiais e biberons que brilham no escuro vais sacrificar as tuas mamas para isso? Por favor, isso é uma vergonha. Deixa-te lá disso e vem beber um copo com a malta. Se possível deixa o teu bebé em casa sozinho para poderes divertir-te mais à vontade.

E quem te pediu opinião? Ninguém? Pois, bem me parecia!




Bia.


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Mamã, sê forte

Se há coisa que aprendi enquanto mãe é a ser forte. Tudo muda numa vida, as hormonas são do caraças, as noites transformam-se numa espécie de luta de mortos-vivos e tudo o que fazemos parece demasiado difícil mas ao mesmo tempo demasiado intuitivo. 

O Kiko quando nasceu não sabia mamar (já vos contei mas um dia irei partilhar todas as minha dificuldades e dissabores) e a certa altura tinha de tentar perceber se já tinha mamado tudo, se tinha sido suficiente ou se tinha mamado alguma coisa sequer. Um dia, a minha irmã perguntou-me "mana, como é que sabes que ele já mamou e não quer mais?" e eu respondi "não sei". Não sabemos nada ao certo mas ao mesmo tempo sabemos que aquilo que estamos a fazer à partida é o mais acertado. Aqui o nosso instinto fala por nós, temos forças escondidas que nunca as tínhamos utilizado, temos mais confiança em nós do que pensávamos e conseguimos amar de uma forma tão intensa que dificilmente conseguiremos exprimir por palavras. 

É incrível como instinto funciona bem e por isso é tão irritante quando nos dizem como devemos fazer as coisas. Ok, ajudas boas são muito bem recebidas e obviamente que há truques que ajudam por exemplo a adormecer o bebe, a dar-lhe maminha, a dar banho, etc. mas as "ajudas" más só vêm destabilizar e deitar abaixo todas as nossas seguranças que fomos adquirindo muito lentamente, como se estivéssemos a subir uma montanha e quando estamos a chegar ao topo alguém vem e nos empurra para o inicio. Não é fácil ouvirmos dizer que o nosso bebé é chorão, que devia comer mais, devia comer menos, devia dormir mais horas, devia dormir menos, devia mamar. não devia mamar. NÃO, NÃO, NÃO! A mãe é que sabe. A mãe é A MÃE e não se preocupem muito porque se a mãe estiver a fazer  alguma coisa menos bem ela vai perceber sozinha. O bebé está muito ao colo? Deixem estar, não vos está a pesar nos braços pois não? O bebé está a comer muito? Não faz mal, provavelmente hoje comeu mais, amanhã come um bocadinho menos. Chora muito? Não, não é fome, nem frio nem dorzinhas, a Mãe irá saber consolá-lo nem que seja com o mimo e o colo que tantos rejeitam. Cheguei a ouvir coisas do género: "o quê o teu filho dorme ao colo? Isso é fácil de resolver, deixa-lo chorar três dias e três noites e vais ver que ele começa a dormir sozinho". Nunca mas nunca na minha vida era capaz de deixar o meu bebé chorar dessa forma, nem que me pagassem ou que me prometessem que ia dormir o resto da vida a noite inteira. Nada é milagroso, é apenas um bebé que está a descobrir o mundo "à bruta".

Pessoas em geral, deixem os vossos sábios conselhos para os vossos filhos, netos, enteados, primos, o que quiserem mas deixem-nos em paz. Nós sabemos bem cuidar dos nossos bebés e se dormem muito ao colo, se comem muito, se "cagam" pouco (desculpem a expressão) nós vamos safar-nos. O amor, o carinho, o miminho nunca foram de mais. 

Esta luta já é antiga e antes de ser mãe não tinha esta noção mas a quantidade de palpites que ouvi e ouço todos os dias era tão mas tão desnecessária... 

Futuras mamãs, por favor sigam o vosso coração, não se sigam pelas "sábias" vozes. Se não sentirem o que estão a fazer não o façam e aproveitam cada momento. Se o vosso bebé vos pedir colo só tem de dar. 


Bia.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Estou viva!!!!

Sobrevivi!! 

Sobrevivi ao meu primeiro dia sem o meu bebecas!! Custou, custou tudo. Acordar, acordá-lo, ter de me vestir à pressa, preparar tudo o que havia para levar: as sopinhas dele, iogurtes, uma roupa mais quente, um casaco, uma roupa mais fresca, os brinquedos (girafa Sophia, um peluchinho querido, um bonequinho para roer), uma fralda, o chapéu. Para mim: a minha mala, telemóvel, carteira, chaves do carro, chaves de casa, cartão para entrar na empresa, os óculos de sol, o passe, um iogurte, uma fruta, qualquer coisa para comer ao almoço. Acho que mesmo assim não me esqueci de nada. 

Tudo correu bem, não apanhámos trânsito e o Kikinho foi quase a dormir o tempo todo até casa da avó. Quando o larguei tive um misto de tristeza com vazio e com uma espécie de "tem de ser, tem de ser, tem de ser". Nem olhei para trás, sabia que ia ficar bem entregue e que iria correr tudo bem. 

A chegada ao trabalho foi tranquila, fui muito bem recebida e parecia que tinha voltado à escola depois das férias grandes. Foi bom, sei que tenho de voltar a entrar na rotina e vou passar os dias a contar os minutos para voltar a apertar o meu bochechas. A sorte é que depois de amanhã já é Sexta-feira. 


Bia.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

O fim da licença

Hoje acaba a minha licença de maternidade. Amanhã tenho de regressar ao trabalho e iniciar uma nova rotina. A verdade é que a minha vida mudou radicalmente há seis meses mas até agora era só eu e o bebé. Tudo girava à sua volta: fraldas, maminha, banho, sonecas, brincar, mimar e simplesmente observar. 

Estes seis meses passaram literalmente a voar, não dei pelo tempo passar e agora, quando dou por mim, já tenho de regressar ao trabalho. Tudo me passa pela cabeça: vou-me despedir, vou ser mãe a tempo inteiro, vou mudar de cidade, vou levá-lo para uma ilha deserta para sermos sempre só nós os dois (ou nós os três, neste caso, incluindo obviamente o meu homem). Mas depois volto ao lado racional e sei que tenho mesmo de passar por isto. Vai-me custar horrores, aliás, já me custa desde que ele nasceu porque andava a ver o tempo a passar demasiado rápido e imaginava que este dia ia chegar mais depressa do que eu gostaria. Enfim, estes meses foram maravilhosos, acho que aproveitei o meu bebé cada segundo, dei-lhe colinho sempre que precisava, apertei aquelas bochechas vezes sem fim e estou tranquila em relação a isso, o meu bebé teve o máximo de miminho que podia ter tido. 


Todos os dias foram maravilhosos? Claro que não. Houve dias de frustração, de incapacidade, de desespero e acreditem que as pessoas de fora nem sempre ajudam. Mas é nesta altura que nos tornamos mais fortes, mais guerreiras e fazemos de tudo para proteger o nosso bebé. Quando o Kikinho nasceu, mal sabia respirar, não conseguia mamar e adormecia assim que se encostava ao meu peito. Foram dias difíceis e senti que não ia ser capaz de amamentá-lo porque simplesmente ele não tinha força. Muitas vezes ouvi: "o teu leite vai secar num instante", "tens de lhe dar suplemento porque provavelmente o teu leite não é suficiente", "oh de certeza que daqui a um mês o suplemento vai transformar-se no leite diário e vais deixar de conseguir amamentar." Obrigadinha a todas (sim, a todas no feminino porque os homens não percebem nada disto) mas querem saber? Só dei suplemento nos primeiros dias e aos seis meses ainda amamento o meu Kiko. Temos de ser fortes, mesmo. Lutar com as forças que às vezes nos falham e nos empurram para baixo quando o que nós queremos é dar o melhor aos nossos filhos. Nesta questão da amamentação, só consegui superar estes receios e estas inseguranças porque na maternidade nunca me deixaram desistir e as enfermeiras estavam sempre presentes na hora de amamentação para me ajudar e porque tive uma consulta com uma conselheira de amamentação que me deixou super tranquila. Deu-me o número de telefone dela e qualquer coisa que precisasse podia ligar à hora que fosse. Nada disto tem preço, nada disto se pode agradecer com palavras, nada disto será esquecido do meu coração. 

Estes seis meses ensinaram-me a amar. A amar de verdade. A sentir um amor tão profundo que quase me rebenta o coração. Ensinaram-me a nunca desistir e a seguir o meu instinto. 
Sei que provavelmente não fiz tudo certo mas também sei que não há certos nem errados. O que funciona para um bebe pode não funcionar com outro. Todos somos diferentes e eu sinto que dei o meu melhor, o meu bebé é saudável, é amoroso e sei que é um bebé feliz. 
Agora vou só chorar o resto do dia, apertar o meu Kiko até à exaustão e rezar a todos os santinhos para me ajudem nesta nova fase. 

Para as novas mamãs, aproveitem bem estes momentos, são únicos e não voltam atrás. 





Bia. 

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Os primeiros dias em casa

A nossa chegada a casa foi num dia muito chuvoso e muito muito frio. Lembro-me de olhar para o meu bebé, tão pequenino e tão frágil e pensar como se devia estar a sentir. Tinha saído de um sítio tão quentinho e controlado para o mundo gelado que eram aqueles dias de Fevereiro. 
Chegámos a casa no dia 2 de Fevereiro já ao final do dia. Tínhamos tido alta logo de manhã mas as burocracias da maternidade não nos deixaram sair antes das 17h. Foram horas longas de espera, estava tão mas tão ansiosa para ir para casa que aquela tarde pareceu-me infinita. 

A nossa casa estava sossegada, acolhedora e quente. Não no sentido de temperatura porque na realidade a casa estava um gelo, mas quente no sentido de aconchego, de ninho, de amor. O meu bebé continuava um amor, sem choros, sem birras, muito encolhidinho no seu ovinho e a adorar o colinho da mamã. Ainda mal conseguia abrir os olhos e não tinha ainda aprendido a mamar, a respiração era descoordenada e o seu cheirinho era inqualificável. A sua pele, fininha, delicada, suave, tinha um cheirinho que dificilmente irei esquecer. 
Nesse dia tomou banho pela primeira vez e foi um bocadinho stressante. Ele era tão pequenino, escorregava com a pele molhada e todo ensaboado. Foi difícil mas não chorou e até gostou de estar na água. 
A primeira noite em casa foi bem tranquila, não chorou e mamou de 2 em 2 horas certinhas. Por incrível que pareça não tive sono e cada vez que dada de mamar o meu útero continuava a contrair. É incrível e indescritível esta sensação, é um amor tão grande, uma ligação tão forte que não há palavras para descrever. 

Os dias seguintes foram bastante tranquilos e de total namoro, romance e mimos infinitos. 


bia. 




segunda-feira, 19 de junho de 2017

O primeiro dia do resto das nossas vidas

A primeira noite na maternidade foi um misto de pânico com a melhor sensação do mundo. De repente já tudo tinha passado e estava ali, sozinha, com o meu bebé. Não sabia muito bem o que fazer, só queria olhar para ele, tocar-lhe, ver como era perfeitinho. 

Aquelas horas passaram a voar e eu, ainda cheia de dores, sem grande posição na cama porque tinha o incómodo dos pontos, não sabia como cuidar daquele bebé. Tão frágil, tão angelical e tão, tão querido. As enfermeiras apareciam de hora a hora para ver como estávamos e picar o bebé para ver como estava o índice da glicémia. 

Escusado será dizer que não dormi rigorosamente nada. Acordava sempre que um bebé chorava (basicamente de 5 em 5 minutos) a pensar que era o meu mas ele não chorou a noite toda. Decidi, a meio da noite, lá para as 4h da manhã levá-lo para a minha cama a ver se conseguia dormir alguma coisa mas nada resultou. O barulho de fundo da maternidade e os outros bebés a chorarem fizeram com que conseguisse fechar os olhos para aí uma hora. Pensei que na manhã seguinte ia sofrer com dores de cabeça, cansaço mas não, parecia que tinha dormido a noite inteira. 
Foram umas horas estranhas mas tão boas ao mesmo tempo... Estive ali com o meu bebé, agarradinha a ele, a sentir o seu cheiro, a sua pele (ainda muito fininha) e quis que aquele momento durasse para sempre. Senti que estava a protegê-lo, não sei bem do quê, mas tive esse sentimento. Na manhã seguinte, um reboliço logo às 7h. Pequeno-almoço, pesagem dos bebés, visita dos pediatras, exames às mamãs, mudança dos lençóis... Todo um movimento que para quem tinha dormido 1h parecia uma revolução.

A noite tinha sido longa e apesar de o meu bebé não ter chorado uma única vez, sabia que ele tinha de mamar mais ou menos de 2 em 2 horas mas ele ainda mal conseguia abrir os olhos quanto mais mamar. Foram momentos difíceis e de alguma frustração porque ele não pegava na mama. As enfermeiras foram umas queridas,uns amores que não me deixaram desistir e sempre que tinha de dar de mamar chamava por elas e lá vinha alguém ajudar-me. Lembro-me da enfermeira Vitória ter estado quase 1h comigo e com o bebé até ele conseguir pegar na mama e finalmente mamar qualquer coisa. Teve tanta, mas tanta paciência. Sei que se não fosse ela e as restantes enfermeiras provavelmente teria desistido de amamentar. É muito frustrante não saber se o bebé se está a alimentar ou se mama o suficiente, só sabemos na altura da pesagem e isso não é reconfortante na altura de amamentar (tenho de vos falar mais à frente sobre este tema). 
Nos dias em que estive internada senti uma grande ansiedade porque sabia que o bebé não podia perder muito peso (já tinha nascido bem pequenino, com 2,075 kg) caso contrário teríamos ficar internados mais uns dias. 

A segunda noite foi um pouco mais tranquila, consegui dormir mais umas horitas (para aí umas 3h) e descansei um bocadinho mais. Durante o dia tinha recebido algumas visitas e nessa altura fui tomar banho e tratar de mim (não era capaz de deixar o bebé sozinho muito tempo). Foram momentos tão intensos, a minha família foi de Coimbra a Lisboa nesse dia para estar comigo e com o bebé menos de 1h. Queria que ficassem mais tempo comigo e com ele, especialmente para me irem dando instruções: podes mudar a fralda, agora se calhar precisa de mamar, tapa mais o bebé porque está frio... Enfim, os primeiros dias são sempre mais difíceis porque de facto os bebés não trazem manual de instruções o que nos complica bastante a vida. 

No segundo dia, de manhã, o bebé foi visto novamente por uma pediatra e tivemos logo alta. Fiquei tão contente! Só queria ir para casa, dormir na minha cama, poder descansar e fazer as coisas ao meu ritmo. E assim, passados dois dias fui para casa com o meu bebé e com uma série de consultas já agendadas para ir verificando o peso e o estado do bebé. Como nasceu prematuro e com baixo peso era importante ser vigiado nos primeiros dias. 

Foram momento inesquecíveis, muito marcantes mas também de muita preocupação e cuidado. 




Bia.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

O dia em que nasceu a estrelinha

No dia 31 de Janeiro acordei à hora do costume, 9h30. Dormi a noite toda e nem acordei para ir à casa de banho como era hábito desde que engravidei. Não tinha dores, apenas uma contração ligeira na barriga mas nada de muito diferente do dia anterior.Tomei o pequeno almoço calmamente e a meio da manhã comecei a sentir contrações mais fortes e menos espaçadas.Comecei a contar o tempo de cada contração e a duração de cada uma. Continuava sem dores mas por precaução, a seguir ao almoço fui à maternidade.

Cheguei às urgências por volta das 15h e fui logo logo atendida. Na triagem, apanhei uma enfermeira não muito simpática que achou que tinha ido ali só porque sim. Perguntou-me como quem não quer a coisa: "está a chover lá fora?", eu respondi que sim e que estava imenso frio. Ela pergunta: "então o que está aqui a fazer?". Apeteceu-me responder-lhe: "olhe, sinceramente não tinha nada mais interessante para fazer em casa e então decidi vir aqui passar a tarde consigo" mas fui bem educada e expliquei-lhe que estava com contrações, com dores, blablabla. Esta enfermeira engoliu tudo o que disse e a forma como falou inicialmente comigo quando viu no CTG que já estava com contrações gigantes e com um intervalo muito curto entre elas. Disse logo que tinha feito muito bem em ir à maternidade e encaminhou-me de imediato para um gabinete médico. 

Entrei no gabinete e fui atendida por um médico muito novinho e muito simpático. Viu o CTG e fez o toque. 3 dedos de dilatação. Disse para eu ir caminhar durante sensivelmente duas horas e quando voltasse para pedir para falar com ele, nem tinha de passar pela triagem novamente. Lá fui eu, gravidíssima andar pelo Saldanha com uma chuva torrencial e um frio de rachar. 
Às 17h30 regressei à maternidade mas o médico que me tinha visto anteriormente estava a fazer um parto e por isso tive de esperar. Esperei na sala de espera até quase às 19h. Pelos vistos estavam muitos bebés a nascer e todos os médicos estavam ocupados.

Por esta altura já sentia algumas dores mas nada que não se aguentasse. Voltei a ser chamada para ser observada e desta vez fui vista por uma médica super querida que viu o meu último CTG e que me disse que eu era uma heroína por estar tão calma tendo em conta as minhas contrações. Não me deixou sair mais dali e disse para eu me preparar porque o bebé iria nascer em breve. Que emoção, senti que estava a chegar o momento mas ao mesmo tempo estava tão calma, tão zen... Parecia que tinha saído do meu corpo e que estava a ver as coisas acontecerem de outra perspectiva. 

Levaram-me para uma sala para vestir a bata do hospital e preparar-me para o grande momento, não sabia se ia sofrer minutos, horas ou dias, era uma questão  de "sorte". A enfermeira que me levou para essa sala era uma querida. Deixou-me completamente à vontade e disse que se eu quisesse tomar um banho para relaxar que poderia fazê-lo, disse para descontrair e que iria ter comigo dali a pouco tempo. Tomei um banho (curtinho porque não conseguia estar muito tempo em pé), vesti a bata (era linda por sinal -NOT) e chamei a enfermeira. Lá me levaram para a sala de partos e ali fiquei. Ligada ao CTG e à espera que algo acontecesse. Estava com o meu homem que ia vendo as contrações e que me ia dizendo o que via no ecrã. Nisto iam entrando enfermeiras, auxiliares que me iam perguntando se estava tudo bem e se queria levar epidural. Disse sempre que não (BURRAAAA) porque sinceramente não tinha grandes dores e pensei que era forte o suficiente para aguentar. A enfermeira que me ia vendo disse que ainda estava atrasado mas que estava tudo a correr normalmente.
A ultima vez que olhei para o relógio do ecrã do CTG eram 22h00 e pensei " o bebé já só vai nascer em Fevereiro, que bom. Vai nascer no mesmo mês que eu".... 
De repente, do nada, sem qualquer aviso sinto uma dor como nunca tinha sentido na vida.
Meninas que vão ser mamãs por favor não leiam mais,obrigada. 

Era uma dor agonizante, uma dor que nunca tinha sentido na vida e que não passava por nada. Não sabia o que era, porque é que estava a sentir aquilo. Pensei que era o saco das águas que tinha rebentado, pensei que algo estava a correr mal e comecei a chamar por alguém. Só queria que me dessem a epidural rapidamente para acabar com aquele sofrimento. Lá vem a enfermeira a correr e ficou em choque quando viu que o bebé ia nascer. Só dizia "mas como é que é possível?? Ainda há 5 minutos estive aqui e ainda estava tão atrasado! Como é que é possível?". 
Entretanto chega a enfermeira parteira, Enfermeira Raquel, nunca me vou esquecer desta senhora, apesar de já não me lembrar da cara dela. Entrou no quarto, com uma voz super zen, explicou-me o que estava a acontecer e disse que o bebé ia nascer. Disse que como o bebé era muito pequeno tinha de me levar para o bloco operatório onde estaria uma equipa maior caso fosse necessária alguma intervenção urgente. BLOCO?? Disse BLOCO? Entrei em pânico ao pensar que podia ter de fazer uma cesariana mas não tive forças para perguntar, simplesmente deixei-me ir. Quando estava a entrar no bloco não deixaram o meu homem entrar, não tinha havido tempo para o preparar e fiquei ali, sozinha, aos berros, com uma dor aguda infinita. 
Passados 5 minutos o meu bebé estava cá fora. Levaram-no logo para observação e o relógio marcava 22h36, afinal ainda nasceu em Janeiro. Depois de o ouvir chorar trouxeram-no até mim. Um bebé minúsculo, muito inchado, ainda muito sujo mas era a coisa mais querida deste mundo. E não, não senti aquela coisa que dizem que é super emocionante, que choram, que sentem mil emoções... Não, senti apenas alivio por já não sentir dores e senti que queria não ver ninguém. Senti que aquele bebé era meu e não queria que mais ninguém lhe tocasse. Estranho talvez, mas só passado alguns dias é que senti o "clique" e me apaixonei profundamente por aquele bebé, pelo meu filho. 

Foi um parto muito fácil, devo dizer. Tive dores fortes no máximo 15 minutos e tudo correu lindamente. Nessa noite senti medo, estava na maternidade, num quarto com mais 7 mães e 7 bebés e eu estava sozinha sem saber muito bem se o bebé tinha fome, frio, calor, se tinha a fralda suja. Senti que estava sozinha mas o instinto é uma coisa que não se explica e eu naturalmente soube o que tinha de fazer.

Essa será para mim e para sempre a noite mais marcante de toda a minha vida. 



Bia.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

O dia antes do DIA

E chegou o dia da consulta das 36 semanas, era dia 30 de Janeiro e o relógio marcava 15h30. Tal como tinha sido combinado com a querida Drª Natacha Oliveira na consulta das 34, teria de fazer o CTG para ver se já tinha contrações e se estava tudo bem com o bebé. 

O CTG (Cardiotocografia) permite avaliar os batimentos cardíacos do bebé bem como avaliar de forma contínua se o oxigénio de que ele dispõe é suficiente e este não se encontra em sofrimento. Trata-se de uma monitorização externa onde são colocadas umas bandas / fitas na barriga da grávida, devendo esta estar em repouso. A cada mudança de posição quer da mãe, quer do bebé, as fitas devem ser reposicionados de forma a avaliar os batimentos cardíacos fetais. Também é colocado um aparelho que avalia as contrações uterinas e que traduz se estas estão ou não a prejudicar a oxigenação do bebé.


Lá fui eu fazer o CTG antes da consulta e sinceramente não tinha qualquer dor. Sentia alguma pressão, se é que se pode chamar assim, mas nada de especial. Sentia a barriga dura, sim, mas isso já sentia há alguns dias, achava que seria normal. 
Quando terminei o CTG fui então ter com a Drª Natacha para a consulta mas informaram-me que iria ser vista por outra médica porque a minha Doutora estava numa consulta de emergência mas que iria ter comigo logo que possível. 
Tudo bem, a médica que me viu e fez a ecografia também era bastante simpática. Não me perguntem o nome porque sinceramente não me lembro mas atentem bem nesta médica porque virá a ser muito importante mais à frente. 
Terminada a ecografia lá chegou a Drª Natacha para continuar a consulta. Esteve a ver o CTG e reparou que já tinha algumas contrações mas o registo estava "quebrado", ou seja, a máquina por alguma razão não registou nada durante alguns minutos e por isso não havia qualquer informação. De qualquer forma, foi-me dito que provavelmente na semana seguinte teriam de provocar o parto pois o bebé já estava completamente formado e seria conveniente engordar cá fora, pois dentro da barriga não estava a receber os nutrientes suficientes (como já vou contei anteriormente). Tudo bem, já estava preparada e sabia que a minha gravidez não iria para além das 38 semanas, por isso aceitei a noticia de bom grado. 

Estava tudo bem e segundo a minha querida médica nada faria prever que o bebé quisesse vir cá para fora antes das 37 semanas, no entanto achou melhor fazer o exame do toque, que serve basicamente para saber quantos dedos de dilatação a grávida já está. E... SURPRISE SURPRISE  já estava com 3 dedos de dilatação, ou seja, já tinha iniciado o trabalho de parto. A Drª Natacha ficou mega contente e disse que provavelmente o bebé iria nascer no dia seguinte. 
Uma vez que CTG tinha algumas falhas de informação sugeriu que eu fosse às Urgências para repetir o exame. (Foi a ultima vez que estive com a Drª Natacha. Gostava de um dia voltar a vê-la para lhe agradecer pessoalmente toda a sua dedicação e preocupação.)

Já nas Urgências, quando estava a fazer o CTG veio um médico ver como estava tudo e perguntou:
- Você está bem?
E eu, sem perceber muito bem a pergunta respondi:
- Sim, mas porque é que pergunta?
- Porque já está com contrações de 2 em 2 minutos. 
Não sabia o que significava mas pareceu-me algo sério. 
- Quando terminar eu venho aqui novamente e vai ser vista pela Drª. - disse ele. 

Terminou o CTG, tiraram-me as fitas e encaminharam-me para um gabinete onde estava, imaginem, a médica que me tinha feito a ecografia há algumas horas e que vos falei atrás. Ela riu-se e verificou o CTG. Disse que já estava com muitas contrações e fez novamente o toque. 3 dedos, mantinha-se a mesma dilatação. 
- Prepare-se porque o bebé vai nascer em breve. Faça assim, vá a casa, tome um banho de água quente e se sentir algum desconforto volte imediatamente. Tenho um feeling que ainda a vou ver mais uma vez hoje. Vou estar nas Urgências esta noite por isso qualquer coisa que precise peça para falar comigo. 
Concordei, achei piada ao seu feeling e despedi-me. Quando estava a sair do gabinete a médica brincou com um "até logo!". 

Fui então para casa, tomei o tal banho e nada. Nada de dores, nada de desconfortos... Fui dormir.  





Bia.